BRF anuncia venda de unidades e demissões para reverter prejuízo

BRF anuncia venda de unidades e demissões para reverter prejuízo

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A BRF anunciou na última sexta-feira (29) que pretende levantar R$ 5 bilhões em recursos com um plano de reestruturação que envolve venda de suas operações na Argentina, Europa e Tailândia.

De acordo com a companhia, a venda desses ativos não exclui a exportação para esses mercados. "É uma freada de arrumação, olhando para aquilo que é absolutamente fundamental, que é melhorar a estrutura de capital e reduzir a alavancagem", disse o presidente-executivo da BRF, Pedro Parente, em teleconferência com jornalistas. No final do primeiro trimestre, o nível de endividamento da BRF atingiu 4,4 vezes Ebitda e a dívida líquida somava R$ 14 bilhões de reais. Demissões Em nota, a companhia também informou que dará continuidade ao plano de readequação das linhas de produção, férias coletivas e a redução de cerca de 5% do quadro de funcionários nas operações fabris no Brasil, que ocorre desde março. A BRF também vai reduzir o número de vice-presidências de 14 para 10, e estarão divididos em três grandes áreas. Leia a nota na íntegra

COMUNICADO À IMPRENSA

São Paulo, 29 de junho de 2018 – A BRF informa que seu Conselho de Administração aprovou em reunião realizada hoje o plano de reestruturação operacional e financeira da companhia com objetivo de melhorar sua estrutura de capital por meio da redução de sua alavancagem. O plano contempla também o reforço de seus processos de qualidade e de gestão.

O ponto de partida desse plano é a decisão da empresa de focar suas operações no mercado doméstico brasileiro, na Ásia e no mercado muçulmano, neste último caso atendido por plantas exclusivas, que incluem os ativos de Banvit, na Turquia. São mercados onde a BRF possui fortes vantagens competitivas e está entre as posições de liderança.

Em decorrência dessa orientação estratégica, está prevista no plano a venda de unidades operacionais na Europa, Tailândia e Argentina. Importante ressaltar que a venda desses ativos não exclui a exportação para esses mercados.

O plano também abrange a venda de ativos imobiliários e não operacionais, e de participações minoritárias em empresas. Uma outra iniciativa é a realização de operação de securitização de recebíveis.

A previsão é arrecadar pelo menos R$ 5 bilhões com as medidas, fazendo com que a razão entre a dívida líquida e o EBITDA ajustado fique em torno de 4,35x em dezembro de 2018, já considerando a recente alta do dólar e os impactos referentes às restrições de exportação, e abaixo de 3,00x em dezembro de 2019.

O plano aprovado pelo Conselho de Administração não contempla a emissão de novas ações.

O reforço no caixa será advindo também de uma melhor gestão de estoques de matéria prima (congelados) e de produto acabado. Neste sentido, terá continuidade o plano de reestruturação fabril, que visa à adequação da estrutura produtiva à demanda de mercado. Em andamento desde março deste ano, a iniciativa incluiu readequação nas linhas de produção, férias coletivas e a redução de cerca de 5% do quadro de funcionários nas operações fabris no Brasil.

Grande parte das medidas de reestruturação já foram realizadas e devem ser concluídas nos próximos 60 dias com as adequações finais em 22 das 35 unidades de produção no país. Com o objetivo de minimizar os impactos nas comunidades, a Companhia aproveitou o turnover voluntário das plantas e realocou equipes. A empresa também tem buscado o diálogo com os produtores integrados afetados a fim de esclarecer dúvidas e informar os próximos passos.

Os esforços para otimização de custo e ampliação da rentabilidade também preveem a simplificação da estrutura organizacional com redução do número de vice-presidências de 14 para 10, divididas em três grandes áreas. Com foco em mercados serão três vice-presidências: Brasil, Halal (mercado muçulmano) e Internacional; na frente operacional serão também três vice-presidências: Operações, Planejamento Operacional (S&OP) e Qualidade; e quatro vice-presidências corporativas: Finanças e Relação com Investidores, Planejamento Estratégico e Gestão, Recursos Humanos e Serviços Compartilhados, e Institucional e Compliance.

A diretoria da companhia reafirmou ainda seu compromisso com a segurança e a saúde de seus colaboradores, com a qualidade total em seus processos e com a ética e a transparência, pilares fundamentais de sua estratégia de negócios e base para o relacionamento com todos os públicos de interesse da empresa. Neste sentido, a alta administração traçou como objetivo para toda a organização o retorno de suas ações ao ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e Dow Jones Sustentability Index – Emerging Markets, que listam as empresas referência em sustentabilidade nos bolsas de São Paulo e Nova Iorque, respectivamente.

Esse conjunto de medidas é pré-condição necessária para a formulação do planejamento estratégico da Companhia, que será aprovado até o final de agosto, que tem como objetivo principal o estabelecimento de estratégia de crescimento sustentável, a ser implementada com disciplina e excelência em todos os campos em que a empresa atua. O sistema de gestão da companhia será totalmente reformulado, com o uso de ferramentas consagradas como a gestão por diretrizes e acompanhamento mensal dos resultados em todos os níveis por meio da metodologia conhecida como PDCA.

A BRF acredita que a sua vocação é o crescimento constante e consistente, atendendo às necessidades e desejos de seus consumidores e dando retorno adequado aos seus acionistas. Conta, para isso, com o comprometimento de seus colaboradores, a parceria com na sua rede de integrados, a força de suas marcas, a qualidade excepcional de seus produtos e o seu pioneirismo em inovação.

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