Em direção à Flórida, furacão Irma é rebaixado para a categoria 4

Em direção à Flórida, furacão Irma é rebaixado para a categoria 4

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Em direção à Flórida, furacão Irma é rebaixado para a categoria 4

O furacão Irma foi rebaixado para a categoria 4 — a segunda mais alta na escala Saffir-Simpson —, mas continua "extremamente perigoso", anunciou nesta sexta-feira o Centro Nacional de Furacões (NHC). Irma registra atualmente ventos de de 250 km por hora, segundo o NHC. O furacão, que segue em direção a Cuba e o estado da Flórida (Estados Unidos), provocou pelo menos 23 mortes no Caribe e muitos danos materiais. A tempestade segue para as Bahamas com ventos de 280 km/h, segundo o último boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC).

A passagem pelo Caribe foi devastadora: duas pessoas morreram em Porto Rico, quatro nas Ilhas Virgens americanas, uma em Barbuda e cinco na ilha de Saint Martin (quatro do lado francês e uma do lado holandês). Cuba espera a passagem do furacão durante a noite de sexta-feira. As autoridades decretaram alerta máximo em sete de suas 15 províncias e obrigaram a retirada de 10 mil turistas estrangeiros. Quase um milhão de pessoas receberam ordens de deixar áreas costeiras de Flórida e Geórgia, na maior evacuação maciça nos Estados Unidos em 12 anos. — Será realmente devastador — antecipou na quinta-feira o diretor da Agência Americana de Gestão de Emergências (Fema), Brock Long. — Todo o sudeste dos Estados Unidos deve se proteger. Depois do Irma, o Caribe enfrentará a fúria de outros dois furacões: José e Katia. José, que segue a trajetória de Irma, ganhou força na quinta-feira e subiu para categoria 3, com ventos de até 195 km/h, segundo o NHC. Katia, de categoria 1, deve chegar à costa do estado mexicano de Veracruz também na sexta-feira. DEVASTAÇÃO NO CARIBE Durante a passagem pelo Caribe, o furacão Irma deixou ao menos 23 mortes, segundo confirmação de governos regionais: uma criança em Barbuda, uma em Anguila, três em Porto Rico, quatro nas Ilhas Virgens americanas, outras quatro nas Ilhas Virgens britânicas, nove na parte francesa da ilha Saint Martin e um na parte holandesa. Com rajadas de vento que chegaram a 295 km/h, o furacão varreu pequenas ilhas caribenhas como Saint Martin, onde 60% das casas ficaram inabitáveis. — Parece como se uma podadora gigante tivesse descido do céu e passado pela ilha — explicou Marilou Rohan, moradora afetada, à emissora NOS. — As casas foram esmagadas. As pessoas não têm esperança, vemos em seus olhos — acrescentou Rohan nesta ilha conhecida pelas praias paradisíacas e cujo território França e Holanda compartilham. As autoridades francesas confirmaram nove mortos em Saint Martin e 50 feridos. Do lado holandês, houve pelo menos um morto. A ministra francesa de Ultramar, Annick Girardin, que percorreu Saint Martin na quinta-feira, disse que viu alguns saques. — A situação é grave — confirmou o primeiro-ministro holandês Mark Rutte. Uma testemunha, citada pelo jornal holandês Algemeen Dagblad (AD), afirmou que "pessoas estão armadas nas ruas com revólveres e machados". Nas Ilhas Virgens americanas, outras quatro pessoas morreram, anunciaram nesta quinta-feira autoridades locais. Já Porto Rico, território americano no Atlântico, registrou a morte de duas pessoas. O furacão deixou uma vítima em Barbuda, uma ilha de 1.600 habitantes que, segundo seu primeiro-ministro, Gaston Browne, ficou "totalmente devastada". — Os que não acreditam em mudanças climáticas, esperamos que mudem de opinião quando virem estes desastres naturais — destacou. FURACÃO RECORDE Irma, que há algumas horas ainda era um furacão de categoria 5, a máxima, chegou a gerar ventos de 295 km/h durante mais de 33 horas, um recorde desde o início do monitoramento por satélites nos anos 1970. As fortes rajadas arrancaram tetos, esmagaram contêineres de embarcações e deixaram escombros por todo lado. Aeroportos, portos e linhas telefônicas ficaram fora de serviço. A Cruz Vermelha Internacional informou que Irma afetou 1,2 milhão de pessoas, mas que a cifra poderia chegar a 26 milhões. O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, descreveu o desastre como "inimaginável e sem precedentes". Seu governo enviou mais de 100 mil rações de combate, enquanto a Holanda se apressa a fornecer comida e água para 40 mil pessoas. A França também tenta estabelecer uma ponte aérea para levar ajuda às ilhas afetadas e evacuar os feridos, explicou a ministra francesa de Ultramar, Annick Girardin, que chegou na quinta-feira juntamente com 150 socorristas a Guadalupe, que serve como base de operações. O custo dos danos provocados pelo furacão nas Antilhas francesas pode ser muito superior a € 200 milhões, afirmou o CCR, o instituto de resseguros públicos da França, especializado em catástrofes naturais. Enquanto isso, o Reino Unido desbloqueou € 35 milhões e enviou dois navios militares para auxiliar. FLÓRIDA EM ALERTA Na iminência da chegada do furacão ao litoral de Flórida e Geórgia nas próximas horas, o presidente americano, Donald Trump, expressou sua "grande preocupação". Espera-se que a Flórida enfrente os fortes ventos de Irma a partir da noite de sexta-feira, com ondas que pode chegar a oito metros, segundo meteorologistas. Miami ficou mergulhada no caos devido às filas intermináveis em postos de gasolina e aos engarrafamentos nas principais estradas. Os moradores também acabaram com tudo o que havia em supermercados para se abastecer de provisões e água. As autoridades determinaram a evacuação dos 'keys' (ilhas) da Flórida, um arquipélago situado no extremo sul do estado e onde turistas faziam malas para partir. POPULAÇÃO SEM ENERGIA Além de duas mortes, quase 1,5 milhão de pessoas estavam sem luz em Porto Rico, enquanto rios transbordaram no centro e no norte da ilha. O governador Ricardo Rossello ativou a Guarda Nacional e abriu albergues para 62.000 pessoas. O arquipélago britânico Turcas e Caicos também estão na rota de Irma, o que obrigou a evacuação de algumas de suas ilhas. — Um número importante de pessoas que vive em áreas muito baixas fica muito vulnerável — explicou à BBC o governador do arquipélago, John Freeman, confirmando o desalojamento de turistas estrangeiros. República Dominicana e Haiti sentiram igualmente a força de Irma nesta quinta-feira. A Defesa Civil cubana decretou o máximo nível de alerta em sete de suas 15 províncias, das quais também foram evacuados 10.000 turistas. Fonte: O Globo

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