Esquema criminoso de diárias é descoberto na Câmara de Caçador e Calmon

Esquema criminoso de diárias é descoberto na Câmara de Caçador e Calmon

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Esquema criminoso de diárias é descoberto na Câmara de Caçador e Calmon

A Polícia Civil de Caçador descobriu um esquema criminoso aplicado por servidores das Câmaras de Caçador e Calmon, entre os anos de 2006 e 2010. De acordo com o delegado Eduardo Mattos, que coordena as investigações, existem fortes indícios de que os agentes se beneficiavam de viagens e diárias para ir em outras cidades participar de cursos que sequer existiam.

A operação que foi deflagrada hoje, 22, apreendeu nas duas Câmaras computadores e documentos para comprovar os ilícitos. Em Caçador onze servidores da época serão indiciados pelos golpes, e em Calmon, 6. A investigação teve início há um mês, quando chegou ao conhecimento da polícia esse esquema de enriquecimento. Segundo o delegado, três empresas fraudulentas pertencentes a um mesmo dono ofereciam cursos para várias Câmaras de Santa Catarina e outros Estados. Mas os cursos seriam de fachada, não existiam, e mesmo assim o dinheiro era pago pelos cofres públicos. Em contrapartida, os servidores, cientes da fraude, se beneficiavam das viagens e diárias, também oriundos de recursos municipais. “Foi constatado que em algumas ocasiões o servidor chegava até a cidade em questão, assinada a lista de presença e o certificado, e saía para tomar um cafezinho. Ainda não está comprovado, mas, há indícios que alguns servidores sequer viajavam e o recurso era empenhado mesmo assim”, comenta Mattos. Ainda segundo o delegado, o dono dessas empresas foi preso em 2015 pela DEIC, em Tijucas, onde foi constatado este esquema criminoso aplicado nas Câmaras. O suspeito teria confessado na época que todos os cursos não existiam, e que o objetivo era apenas obter o dinheiro, e os servidores, a diária. Foi apurado ainda pela investigação que cada diária local, na época, variava de R$ 500 a R$ 700. Ao todo, ficou provado que os servidores de Caçador viajaram para participar de 15 “cursos” em cidades como Curitiba, Florianópolis e Brasília naquela época. Os servidores de Calmon teriam viajado para participar de pelo menos 10 “cursos”. “Todos serão indiciados por peculato e falsidade ideológica. Agora o material apreendido passará por análise e perícia, e faremos a oitiva de testemunhas. O dono da empresa será novamente indiciado. Pretendemos concluir o inquérito em até 30 dias”, acrescenta o delegado. Fonte: Cleriton Freire/Jornal Informe

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