Políticos de SC são suspeitos de receber até R$ 2 milhões para beneficiar Odebrecht

Políticos de SC são suspeitos de receber até R$ 2 milhões para beneficiar Odebrecht

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Políticos de SC são suspeitos de receber até R$ 2 milhões para beneficiar Odebrecht

O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na terça-feira (11) a abertura de inquérito para investigar ao menos 10 políticos de Santa Catarina, entre eles o governador Raimundo Colombo (PSB) após delações de ex-executivos do Grupo Odebrecht. Nos relatos dos colaboradores da operação, são mencionados repasses de recursos da empresa para caixa dois de campanhas eleitorais e para facilitar pagamentos de serviços.

Caixa dois são recursos de campanha não contabilizados e não declarados perante a justiça eleitoral. Confira quem são os políticos e em quais delações são mencionados. Raimundo Colombo Na petição, Fachin relata que os ex-executivos da Odebrecht Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Paulo Roberto Welzel informaram o pagamento de R$ 2 milhões para o caixa dois da campanha eleitoral de Raimundo Colombo em 2010. A negociação teve o intermédio de Ênio Branco, mas os valores foram entregues a José Carlos Oneda para que, no caso de vitória eleitoral, o Grupo Odebrecht fosse favorecido na área de saneamento básico. Em nota, o governo de Santa Catarina afirma que "conforme foi informado desde a primeira vez, a empresa Odebrecht não tem nenhum contrato, obra ou projeto com o Governo do Estado de Santa Catarina, não tendo sequer participado de licitações desde o início da atual administração em janeiro de 2011. O Governo do Estado aguarda a abertura do sigilo das informações para prestar todos os esclarecimentos cabíveis". Dalírio e Napoleão O senador Dalírio José Beber (PSDB) e o prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes (PSDB), são mencionados nas delações de Paulo Roberto Welzel e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Conforme o Ministério Público, eles disseram que nas eleições de 2012 houve um encontro com Dalírio, que, na época, articulava a campanha de Napoleão, para colocar à disposição de Napoleão, então candidato a prefeito, repasses de R$ 500 mil, valor pago através do setor de operações estruturadas. O beneficiário foi identificado no sistema “Droysys” como “Conquistador”. O objetivo era buscar apoio para manutenção de contratos de saneamento de água e esgoto. Beber afirmou não ter tido acesso ao processo. "Recebo com surpresa a inserção do meu nome no rol dos investigados. Não tive, até o presente momento, qualquer acesso ao processo para conhecer o conteúdo do que me é atribuído. Rechaço com veemência toda e qualquer denúncia de prática de ilícitos. Estou indignado, mas absolutamente tranquilo, pois minha consciência em nada me acusa", declarou. Bernardes se declarou indignado com as suspeitas levantadas pela delação. "Recebo essa informação com perplexidade e com indignação. Sou o mais interessado e o primeiro interessado que a verdade seja estabelecida. E a verdade é comprovar a minha mais absoluta isenção em relação a esses fatos, que eu nem sei do que se tratam. Simplesmente é uma menção em uma lista e que não menciona o que se disse, o que se fez. Isso nos deixa perplexos e indignados por um lado, mas eu tenho a mais absoluta consciência tranquila em relação a que a verdade dos fatos vai demonstrar a nossa isenção", disse. Décio Nery de Lima e Ana Paula Lima O deputado federal Décio Nery de Lima (PT) e a deputada estadual Ana Paula Lima (PT) constam nas delações de Paulo Roberto Welzel e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Conforme o Ministério Público, foi feito o pagamento de R$ 500 mil, a pedido de Décio, para o caixa dois da companha eleitoral de Ana Paula para prefeitura de Blumenau em 2012. Ana Paula foi identificada no “Drousys” como “musa”. Os repassem funcionavam como contrapartida para interesses da empresa, na área de saneamento básico, onde pretendia atuar como concessionária. Em sua defesa, o deputado diz que "não é réu nem investigado em nenhum processo da Lava Jato" e que recebeu a abertura do inquérito com "tranquilidade". Ele afirma ainda confiar "que a verdade prevalecerá e a Justiça será feita". Jaison Cardoso Edson Fachin pede abertura de inquérito para investigar o relato de Paulo Roberto Welzel de pagamento de recursos para caixa dois da campanha de Jaison Cardoso para prefeitura de Imbituba em 2012. O valor do repasse não foi informado. “É uma situação que me deixa surpreso, desde a outra vez em que apareceu, agora novamente. Nunca tive contato com ninguém dessa empresa. Nos últimos 12 anos, não teve nenhum contato da prefeitura de Imbituba com alguém dessa empresa, mas estou à disposição da Justiça para esclarecer o que for preciso”, disse à RBS TV. Carlito Merss e Ideli Salvatti Depois das declarações de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-diretor de infraestrutura da empreiteira, e Valter Luis Arruda Lana, ex-diretor da empresa no Sul, Fachin relata o pedido de abertura de inquérito para investigar a denúncia de que o ex-prefeito de Joinville Carlito Merss pediu ao Grupo Odebrecht o repasse de R$ 300 mil para campanha eleitoral de Ideli Salvatti (PT) ao governo de Santa Catarina. Este valor teria sido inserido no caixa dois de campanha. O G1 tentou contato com Merss e Salvatti, mas não obteve uma posição. Jean Kuhlman Os ex-executivos da Odebrecht Paulo Roberto Wenzel e João Borba Filho relataram o repasse ao deputado estadual Jean Kuhlman (PSD) de R$ 65,6 mil em 2004, quando ele era vereador em Blumenau, para facilitar o recebimento de faturas de serviços prestados e não pagos. No entanto, Paulo Welzel disse que foram repassados mais R$ 50 mil para o caixa dois da campanha de Kuhlman a prefeito de Blumenau em 2012. Em uma rede social, o deputado declarou: " Jamais tratei de qualquer assunto relacionado a campanhas eleitorais, e sobretudo recursos para campanhas, com empregados e executivos e empresas citadas, tampouco conheço qualquer um deles. Minhas contas eleitorais sempre foram aprovadas e apresentadas dentro do rigor que exige a Justiça Eleitoral, e dentro da transparência pela qual sempre pautei minha trajetória. Confio no bom trabalho da Justiça, e tenho certeza que as investigações irão mostrar a verdade dos fatos. Meu maior interesse é que toda essa situação seja esclarecida, o quanto antes", publicou. Roberto Carlos de Souza O delator Paulo Roberto Welzel informou ao Ministério Público que foram feitas doações para campanha eleitoral do ex-prefeito de Navegantes Roberto Carlos de Souza durante a campanha para prefeitura de Navegantes em 2012. O valor não foi informado. "Ainda tive acesso ao processo, soube apenas pela imprensa que meu nome foi citado. Recebi essa informação com muita surpesa, porque minhas contas de campanha sempre foram aprovadas, totalmente legalizadas", declarou. Fonte: G1

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