Projeto de Lei Municipal pode prejudicar as atividades do Consórcio de Saúde

Projeto de Lei Municipal pode prejudicar as atividades do Consórcio de Saúde

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Diretoria do Consórcio alega que atendimentos prestados diminuem as filas do SUS.
Diretoria do Consórcio alega que atendimentos prestados diminuem as filas do SUS.

Um Projeto de Lei de origem do gabinete do prefeito Américo Lorini poderá prejudicar a sequência das atividades do Consórcio Intermunicipal de Saúde, que atualmente funciona em um imóvel doado pela própria prefeitura de Herval d´Oeste.

O imóvel, doado em 1997 para a Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC), foi destinado para a implantação do Consórcio de Saúde, que funciona no segundo andar da secretaria de saúde de Herval. Após vários anos sob a coordenação da AMMOC o Consórcio passou a ser administrado por uma associação "sem fins lucrativos de defesa e caráter social", conforme a definição do próprio órgão. Ainda segundo a entidade, o Consórcio não recebe nenhum recurso público, seja do Estado ou municípios e se mantem somente com os recursos das consultas e exames. O Projeto que será discutido esta semana pelos vereadores de Herval visa reverter ao patrimônio do município o imóvel doado para a AMMOC. A justificativa é que a Associação não cumpriu com a finalidade para qual o espaço foi doado. "Conforme é de conhecimento público, os atendimentos, embora com preço aquém dos praticados no mercado, são particulares e os valores são destinados aos profissionais que lá exercem suas atividades", destaca a justificativa da prefeitura. O município alega ainda que precisa do espaço para abrigar setores da área de saúde e que hoje precisa pagar aluguel para tais. "A permanecer tal situação, o ente municipal dispensar valores para pagamento de aluguel possuindo imóvel próprio, o município de Herval d´Oeste está incorrendo em ato de improbidade administrativa". Descreve a justificativa. Números mostram a importância do Consórcio A diretoria do Consórcio alega que as atividades serão prejudicadas caso outro espaço tenha que ser alugado para suas atividades, o que pode até mesmo inviabilizar a continuidade dos trabalhos. Como argumento, o Consórcio explica que em 2016 foram realizados 18.946 atendimentos especializados. Sendo que o município mais beneficiados é justamente Herval d´Oeste, com 3.662 atendimentos, aproximadamente 20% do total do que foi realizado somente no ano que passou. Outro dado é que dos 3.662 pacientes, 3.414 deles pagaram sua consulta, não precisando passar pelas filas da saúde de de Herval, "trazendo uma economia a saúde do município de aproximadamente R$ 500 mil reais em 2016", esclarece a diretoria do Consórcio. Entre as especialidades mais procuradas em 2016 foram efetuadas: 2.319 procedimentos em ortopedia, 1.582 em cardiologia e 1.333 em oftalmologia. "O SUS não consegue atender a todos e a população não tem condições sociais de pagar uma consulta médica que chega a custar até R$ 600,00, sendo que o Consórcio acolhe todos esses pacientes desassistidos, com valores de consultas que ficam até abaixo da metade do total", revela o Consórcio. Somente neste ano já foram realizados aproximadamente 10 mil atendimentos. Atendem no Consórcio 27 profissionais médicos em 16 especialidades. Queda de braço Caso o Projeto passe pela câmara e o imóvel seja devolvido ao município um importante serviço será perdido, o que com certeza fará aumentar as filas de espera por especialidades em todos os municípios da região que hoje são atendidos pelo consórcio. Se o município alega economia com aluguel para requerer a devolução do imóvel, terá recursos para bancar os quase 500 mil anuais que hoje são economizados com os pacientes que buscam o Consórcio? A decisão é difícil e os vereadores terão que ouvir a população e estudar muito a situação e não apenas se basear em uma justificativa simplória. O melhor caminho no momento seria um ampla discussão sobre o tema, entre a prefeitura, Consórcio de Saúde e os vereadores, para que a população não arque com os prejuízos que poderão ser causados.

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