Projeto mantido de forma voluntária ensina judô, revela atletas e prepara cidadãos em Joaçaba

Projeto mantido de forma voluntária ensina judô, revela atletas e prepara cidadãos em Joaçaba

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Micaela, a esquerda, e Nicole.
Micaela, a esquerda, e Nicole.

A sala destinada ao judô na Escola Rotary Fritz Lucht, em Joaçaba, está sempre lotada e ainda existe uma fila de espera para quem quem fazer parte do projeto.

É no espaço, que mais do que aprender a arte marcial, criada há 136 anos no Japão pelo mestre Jigoro Kano, as crianças aprendem os princípios do judô, que são fortalecer o físico, a mente e o espírito de forma integrada, além de desenvolver técnicas de defesa pessoal. A disciplina e o respeito também são praticados em incorporados. São 30 crianças que  fazem parte do Projeto Primeiro Dan, uma iniciativa voluntária que não tem fins lucrativos e foi organizado por algumas famílias de Joaçaba, Herval d’ Oeste e Luzerna. As crianças  receberem o suporte, que é dado com um período extra-curricular, participando de treinamentos, palestras e demais atividades do projeto. Eles recebem todo o material e viajam para competições sem qualquer despesas. Quando existe necessidade o projeto também encaminha as crianças para receberem auxílio médico e odontológico. O professor Oumar Cassol é quem orienta os alunos, meninos e meninas que se sentem muito bem fazendo parte do projeto. Entre eles está Nicole Silveira, de 13 anos, vice-campeã estadual em sua categoria.

"Há 3 anos comecei a fazer parte e já evolui bastante. Isso é uma família pra gente, por que eles fazem tudo por nós. Nem todo mundo tem essa oportunidade. Temos que aproveitar bastante". Outra atleta revelada é a pequena Micaela Delgado, de 10 anos, que é campeã estadual em sua categoria, com isso ela conquistou vaga para o Brasileiro em São Paulo. Com a sinceridade característica da idade, ela revela que encara os desafios no tatame sem muito medo, mas a história de entrar num avião pela primeira vez para disputar a competição, essa sim assusta!

"Estou meio nervosa, por que eu nunca andei de avião. Não tenho medo das competições, mas o avião assusta". E completa sobre o projeto. "Eu acho muito legal, por que o projeto paga tudo e nossos pais não precisam gastar. Eu viajo para vários lugares e conheço coisas melhores". O professor Cassol comenta que apesar de talentos estarem surgindo, um dos maiores objetivos é oferecer oportunidades para as crianças, mesmo aqueles que não se tornarão atletas.

"Eu tenho muitos alunos aqui deste grupo que não tem toda a aptidão para ter resultado esportivo, mas eles tem dado um resultado muito importante na questão disciplinar, no ambiente escolar e no ambiente familiar, que é com mudança de atitudes e isso para nós tem o mesmo valor, senão mais, do que aquele que se destaca esportivamente. Quando juntei amigos com este propósito em comum o objetivo maior era esse. Os resultados nas competições só estão vindo para premiar, mas o objetivo principal era reunir uma turma de crianças de escola pública, de localidades de baixa renda e poder transmitir através do judô alguns princípios, de educação e baseados na filosofia oriental e sabíamos que fazendo alguma coisa organizada e eles se dedicando eles teriam potencial para se destacar esportivamente. Embora o foco principal não seja esse". O projeto tem sua base na Escola Rotary, mas também é uma parceria com a Associação Meio Oeste de Judô, que dá um suporte recebendo alunos de outras escolas e aqueles que tem necessidades recebem apoio. "A base do projeto é no Rotary, nossa demanda são crianças dos bairros aqui no entorno, Vila Cordazzo, Vila Cachoerinha, João Pires, João Paulo II". A iniciativa se mantém com o incentivo da diretoria, formada por voluntários. "São pais e alunos da minha escola particular, que mensalmente contribuem com alguma coisa, fazemos promoções, como exemplo a pizza do Dan, que arrecadou uma quantia significativa. E como esses alunos acabam tendo o seu vínculo federativo através da Associação Meio Oeste de Judô a partir deste ano, com o fomento que associação recebe através da prefeitura de Joaçaba, eles também terão benefícios com taxas de competição". Quem quiser pode colaborar com o projeto Primeiro Dan e fazer com que iniciativa se mantenha criando talentos e cidadãos. "Temos alguns parceiros, algumas empresas que contribuem com valores pequenos e estamos sempre abertos a sugestões e propostas de parcerias". Encerrou Cassol.    

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