Separadas pelo destino: Mãe e filha se reencontram depois de 40 anos

Separadas pelo destino: Mãe e filha se reencontram depois de 40 anos

, 110 visualizações
Separadas pelo destino: Mãe e filha se reencontram depois de 40 anos

Depois de 40 anos a vida tratou de aproximar novamente uma família! O que parece história de novela ou filme, daquelas que acreditamos que seja possível de se realizar só na ficção, aconteceu de verdade.

Para entendermos esta história, primeiro precisamos conhecer as personagens e um pouco de seus destinos. Simone de Fátima Breda, de 41 anos, mora em Brasília. Segundo ela, assim que nasceu, na cidade de Videira, foi doada a outra família pela mãe, Ivanir Aparecida Breda, pois a mãe não tinha condições de cuidar dela e o pai não assumiu a filha. Por sua vez, a primeira família doou Fátima para uma segunda família, da mesma cidade. As duas, mãe e filha, nunca mais se reencontraram e até a semana passada não sabiam nada sobre seus destinos. Simone sempre teve o sonho e a curiosidade de conhecer a mãe. Pela internet conversamos com ela. "Sempre tentei procura-lá, queria ver uma foto dela e saber notícias. Logo quando as redes sociais começaram, com o Orkut, coloquei um anúncio e surgiu até um detetive e falou que tinha localizado minha mãe. Ele queria dinheiro para realizar nosso encontro, eu desisti por que suspeitei que era fraude. Mas nunca saiu da minha cabeça a vontade de encontrar ela, algumas vezes pensei em desistir, fiquei triste, mas nunca parei. Ela revela que o fato de conhecer suas origens gerou alguns contratempos ao longo da vida. "Eu levava meus filhos ao médico (são três) e eles perguntavam se havia alguma doença crônica na família e eu não sabia responder, por que na minha certidão de nascimento só consta o nome da mãe, não tem o do pai, e não sabia responder por que nunca tinha visto minhã mãe, não sabia nada dela e nem da família". Simone encontra família que nem sabia ter Há aproximadamente um ano veio uma notícia boa nas buscas por notícias da mãe, finalmente Simone encontrou uma tia em Salto Veloso. "Continuei procurando pelo nome da minha mãe nas redes sociais e simplifiquei, deixei apenas o sobrenome. A primeira familiar que encontrei foi a minha tia Rose Breda. Mandei uma mensagem pra ela perguntando se era filha de Rosalino Breda, meu avô, e que eu era filha da Ivanir, ela me respondeu espantada, pois eles não sabiam que minha mãe tinha tido filhos, por que eu nasci quando ela tinha 18 anos e ela não contou pra ninguém. Foi uma surpresa muito grande pra mim e pra eles, por que foi ai que conhecia tia, tios, primos. Localizar minha família biológica foi muito bom. Até então eu achava que estava só no mundo e de repente você encontrar suas origens e uma família imensa é muito lindo. Eu ainda não conheço eles pessoalmente, mas já amo todos". Após localizar a família, o sonho de chegar até o paradeiro da mãe ficou ainda mais forte. E foi através de um programa da Polícia Militar de Santa Catarina, o SOS Desaparecidos, que o sonho se tornou realidade. "Conheci o programa SOS desaparecidos ai de Santa Catarina. Entrei em contato com eles, me responderam e enviei a cópia da minha certidão de nascimento, através disso eles encontraram uma pessoa com o nome da minha mãe no município de Ibirama. Tudo isso eu repassei a minha tia Rose, para que me ajudasse, já que estava mais próxima e eles estavam também procurando. Minha tia entrou em contato com a prefeitura de Ibirama, que levantou a ficha dela, confirmaram o endereço e nós confirmamos que realmente era ela. Até aquele momento não sabíamos se estava ao menos viva, e então passamos a ter certeza que poderíamos chegar até ela". Mãe filha conversam depois de 40 anos Em Ibirama, a ponte para o primeiro contato de mãe e filha foi feita pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Gabriela Romão, enfermeira do Caps de Ibirama, informou ao Portal Éder Luiz que na última quinta-feira, dia 9, Simone deixou um recado numa rede social e quem viu foi uma colega psicóloga, que coincidentemente atua no local onde dona Ivanir é paciente. "Aproveitamos e fomos até a casa da dona Ivanir, até mesmo para dar um suporte emocional a ela, já que fazia 40 anos que não tinha mais contato com os familiares. E fomos nós também que fizemos o primeiro contato por telefone da filha com ela". A filha Simone revelou como foram as primeira palavras depois de 40 anos sem uma escutar a voz da outra. "Eu não sabia nem o que falar para ela, então, a primeira palavra que falei foi - a benção minha mãe - e antes de qualquer coisa ele me pediu perdão, por ter me doado e por ter sumido esse tempo todo. Eu perdoei ela com certeza, ela é minha mãe, meu sangue". Contou emocionada. O drama da separação narrado por dona Ivanir Para as profissionais do Caps, dona Ivanir revelou que a separação das duas foi muito mais dramática do que se imaginava "A dona Ivanir conta que era bem jovem, hoje tem 58 anos, que as coisas eram muito difíceis e ela deixou a filha em uma casa onde um casal cuidava de várias crianças, para isso tinha que pagar uma pensão. Mas chegou um ponto que não podia mais pagar o valor e a dona da casa, sem informa-lá, acabou dando a filha dela para um casal e quando foi buscar a filha não achou mais. Depois, acabou saindo da cidade e se casou, vindo para em Ibirama. Reencontro entre mãe e filha vai demorar mais um pouco Mesmo com a vontade imediata de se reencontrar, Simone e a mãe terão que esperar um pouco mais. A filha só poderá vir a Santa Catarina em julho, devido aos compromissos escolares dos filhos. "Eu quero vê-la, meus filhos querem conhecer a vó, tenho uma menina de 20, o rapaz de 12 e a menor de 12 anos. Eles querem ir junto comigo, então só iremos nas férias, em julho". Revelou Simone. Mas angústia dos irmão em ver dona Ivanir e até conhecer a irmã, já que dos 6 três deles ainda não tiveram esta oportunidade, deve acabar em breve. Segundo a enfermeira Gabriela, nos próximos dias ela e outros profissionais do Caps deverão acompanha-lá até Salto Veloso, onde haverá o tão esperado reencontro com os familiares.

Notícias relacionadas