Neste sábado, 24, uma bela tradição mantida por uma família de Joaçaba completa 100 anos. Neste um século, todos os bebês foram batizados com o mesmo vestido, unindo cinco gerações e colecionando belas histórias.

"Na véspera do Natal de 1916, uma criança chamada Leda Valéria Becker foi batizada na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Leda Valéria era a filha mais velha, a única menina entre seus quatro irmãos, e foi batizada com um mandrião branco de linho bordado em rechelieu, presente de sua tia e madrinha Maria Becker Schuk. Seus quatro irmãos também foram batizados com o mesmo vestido". Descreve uma página no Facebook criada especialmente para homenagear a história do vestido centenário, indicando como a história teve início. A publicitária Mariana Sete foi quem criou a página. Na internet ela postou as fotos que até então estavam apenas no álbum da família, que registra a história do vestido através das fotos dos batizados. Nele está a primeira foto, de Mirna Terezinha, usando a peça, e de outras crianças da família que passaram a fazer parte da bela tradição. A partir de 1938, com o batizado da primogênita Mirna Terezinha, as crianças passaram a ser fotografadas com o vestido, registrando isso em um álbum especial de família. O álbum surgiu como uma ideia, vinda de Miriam Terezinha, de presentear sua mãe no Dia das Mães. Todos os netos, bisnetos e tataranetos de Leda Valéria Weiss foram batizados com o mesmo vestido, com mais de 80 crianças, todas descendentes da família Weiss. "Quando vimos que os 100 anos estavam se aproximando resolvemos unir isso para todo mundo. Tem pessoas que foram batizadas em vários lugares, mas o álbum fica em Joaçaba, a ideia foi não só deixar no álbum, mas também unir todos de forma digital. Agora eles podem ver essas recordações e unir a família por esses 100 anos". Revela Mariana, que também foi batizada com o vestido centenário. A tradição que nasceu no Rio Grande do Sul veio para Santa Catarina em novembro de 1949, quando Leda Valéria Becker, casada com Edwino Weiss, veio para Joaçaba. O casal teve oito filhos. Mirna Terezinha, Yeda Terezinha, Ione Terezinha, Miriam Terezinha, Antônio Carlos e José Antônio nasceram no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, nasceu Ligia Terezinha e Luis Antônio, sendo todos eles batizados com o mesmo vestido de sua mãe. Leda Maria Weiss Simi Sete, neta de Leda Valéria Becker, revela que a união da família foi o maior presente deixado pela avó, que criou a tradição. "Fico emocionada de fazer parte desta tradição, ver minha mãe, meus filhos, todos batizados com o vestido. A intenção é encher vários álbuns com fotos de batizados com este vestido". Comenta. Leda comenta ainda que existe toda uma logística para que as novas crianças da família recebam o vestido e possam usar. Quando menina, o vestido ganha um forro cor de rosa, quando menino, o forro é azul. O vestido fica guardado em Joaçaba, onde grande parte da família ainda reside. Sempre que uma nova criança nasce, o vestido é enviado para a sua cidade, para a cerimônia do batismo. Quando a criança começa a sentar, em torno de 07 a 09 meses, é feito o registro oficial e o vestido é devolvido, junto com a foto, para Joaçaba. A foto vai para o álbum que reúne todas as fotos da família e o vestido fica guardado até um novo bebê chegar. "A gente procura não lavar muito, até por que é usado somente nos batizados. Temos um cuidado especial com ele". Revela Leda. A bela tradição já tem novos integrantes esperando para usar o vestido e seguir a história. Mariana revela que nos próximos meses o vestido tem destino definido. "Nesta semana a minha prima teve nenê em Fortaleza, semana que vem outra prima vai ganhar nenê, então, estamos esperançando os novos integrantes da família para incluir eles no álbum também". A intenção da família é reunir em Joaçaba, na próxima Romaria a Frei Bruno, o máximo de pessoas que já foram batizadas com o vestido. Será uma bela forma de comemorar os 100 anos da tradição. Assista a reportagem em vídeo