A vitória contra a Covid!

"Para quem tiver que enfrentar essa doença, fica o meu conselho: Não desista de você!" Destaca o personagem da nossa primeira reportagem.

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O joaçabense Jorge Battassini comemora a vitória sobre a Covid com a equipe do hospital de Caçador
O joaçabense Jorge Battassini comemora a vitória sobre a Covid com a equipe do hospital de Caçador

A partir de hoje o Portal Éder Luiz vai publicar reportagens mostrando a superação e os ensinamentos de pessoas que lutaram e venceram a Covid-19.

Os relatos, produzidos pelas jornalistas Alessandra de Barros, Eliete Squerzzato Bechi e por Éder Luiz, pretendem ser motivos de esperança para pessoas que enfrentam o vírus e seus familiares, que também sofrem com o medo e a insegurança causados pela doença.

Também queremos homenagear os que partiram e seus familiares, exemplos de amor para todos nós. Sintam-se abraçados e saibam que a luta de cada um nunca será esquecida e seu exemplo permanece vivo!

Superação longe de casa

Nossa primeira reportagem é um relato verdadeiro e feito pelas próprias mãos de quem venceu. O joaçabense Jorge Battassini enfrentou a caminhada de quem se vê frente a doença. De forma muito sincera, ele narra seus passos até a fase mais difícil, quando teve que enfrentar, além da doença, a distância da família e se reencontrar consigo mesmo para achar o caminho da cura.

Um relato pelas mãos de quem venceu!

Me chamo Jorge Battassini, tenho 53 anos de idade, residente em Joaçaba. A pedido do repórter Eder Luiz farei um breve relato de como enfrentei a COVID. O objetivo desse relato é incentivar as pessoas que nesse momento enfrentam essa luta a não desistir da vida.

No dia 22 de fevereiro testei positivo para COVID, neste mesmo dia iniciei o tal do tratamento precoce, o famoso Kit Covid. Ao concluir esse tratamento, ou seja, 5 dias após, no dia 27 de fevereiro, meus sintomas se agravaram, busquei auxílio médico de um especialista da parte respiratória, o qual imediatamente me medicou e solicitou uma tomografia que foi feita no dia 1° de março, em uma segunda feira. Nessa tomografia meu pulmão estava entre 5 e 10 % comprometido. Comecei então um novo tratamento com orientação desse mesmo médico, porém a cada dia os sintomas se agravaram, e a cada dia minha saturação estava baixando. Na sexta feira dia 05/03 devido a esse quadro, com a saturação abaixando ainda mais, o médico nos orientou a procurar o Hust. Logo no início da tarde, fui ao Hust em companhia da minha esposa, aonde fui prontamente atendido. Uma nova tomografia mostrou que meu pulmão já estava com aproximadamente 50% comprometido. Como não havia vaga para internação no HUST, começou a busca em hospitais da Região, enquanto eu aguardava por uma vaga em algum lugar, recebia oxigênio sentado na emergência do HUST. As 21:30 surgiu uma vaga no hospital de Tangará, aonde eu fui transferido. No dia seguinte dia 06/03 buscamos outra alternativa de recurso para um hospital com maior estrutura, tendo em vista que a saturação estava baixando ainda mais, surgiu uma vaga no Hospital Maicé de Caçador. Foi acionado a Secretaria de Saúde de Joaçaba, a qual prontamente enviou uma ambulância para o meu deslocamento até a cidade de Caçador. Quando cheguei no hospital Maicé, nova tomografia foi realizada, meu pulmão já estava com 60% de comprometimento, e meus rins apresentavam sinais de falência, (não possuo nenhuma comorbidade, nunca tive problemas renais). A indicação médica seria de intubação imediata, porém, não havia vaga na UTI, tendo 7 pessoas nas fila de espera. Os médicos falaram para mim e para minha esposa que me acompanhou em todo esse processo que fariam o melhor com o que eles tinham no momento, que seria uma espécie de fisioterapia pulmonar, com um equipamento chamado VNI (ventilação não invasiva), que dependeria de como eu reagiria com esse equipamento, haja vista que meu pulmão estava bem comprometido e que normalmente as pessoas não suportam por muito tempo o uso desse equipamento. O fisioterapeuta que me acompanhou me disse: ¨Aproveita essa oportunidade que é a única chance que você tem nesse momento, e também de se livrar de uma possível intubação. ¨

Nas primeiras horas não foi nada fácil, fiquei brigando com a máquina, quando percebi que eu tinha que me acalmar, manter o meu controle emocional, mental, tendo em vista que eu estava consciente vendo tudo o que acontecia ao meu redor, percebi que eu precisava entrar em sincronia com esse equipamento. A partir do momento em que aceitei o que estava acontecendo comigo, enfrentei literalmente de olhos abertos a situação e consegui fazer várias seções do uso desse VNI, simultaneamente com oxigênio. Na segunda feira dia 08/03, quando chegou a minha vez do leito na UTI, eu ainda não estava livre de uma intubação, os médicos da UTI seguiram com o mesmo tratamento intercalando VNI e oxigênio até que foi descartada a possibilidade de intubar. Tivemos boa resposta nesse tratamento, com esse equipamento VNI devido a atividade física que eu venho praticando regularmente. Fiquei 5 dias na UTI e depois mais alguns dias na enfermaria do Hospital Maicé, onde fui sempre muito bem atendido. Continuo com fisioterapia cardiorrespiratória por tempo indeterminado.

Para quem tiver que enfrentar essa doença, fica o meu conselho: Não desista de você! Tenha força, determinação e FÉ e pratique exercício físico.

JORGE BATTASSINI


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