Apagão no Brasil: Ministro explica o caso, diz que foi evento raro e pedirá investigação da Polícia Federal

Queda de energia em SC foi proposital para aliviar o sistema.

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Foto: Pixabay
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que duas falhas de grande magnitude no sistema brasileiro de alta tensão deu início ao apagão desta terça-feira (15). Disse ainda que a queda parcial da energia nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, em que Santa Catarina está localizada, foi proposital e adotada em um segundo momento para evitar que o problema se espalhasse ainda mais.

Silveira disse que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já identificou que uma dessas grandes falhas ocorreu no Ceará. O outro evento causador do apagão ainda é investigado.

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"Nós temos um sistema redundante, temos um sistema N-1, é como se fosse um avião com dois sistemas elétricos, dois sistemas hidráulicos, duas turbinas… ou seja, temos que ter tido dois eventos concomitantes em linhas de transmissão de alta capacidade para ocorrer uma falha dessa", explicou.

As duas falhas iniciais causaram a separação elétrica das regiões Norte e Nordeste do restante do país, segundo o ONS. A partir disso, o órgão adotou uma contingência controlada no Sul brasileiro — em Santa Catarina, cerca de 600 mil pontos ficaram sem energia elétrica devido à medida.

"Por uma contingência planejada do ONS, ela minimizou a carga das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste para que não houvesse a interrupção total delas" disse Silveira.

O ministro ainda negou que o país esteja sob estado de insegurança energética, classificando o episódio recente como extremamente raro e inesperado, apesar de grave.

"É importante que os brasileiros entendam: diferentemente de dois anos atrás, em que estávamos à beira de um colapso, com o sistema operando em bandeira vermelha e necessitando de contratação das térmicas, agora não, agora há segurança, nossos reservatórios estão cheios. O ocorrido de hoje absolutamente nada tem a ver com o planejamento do sistema e a geração de energia", completou.

PF e Abin também devem investigar apagão

O ministro afirmou ter também solicitado ao Ministério da Justiça que acione a Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigarem o caso. Ele não descartou que a separação elétrica das regiões do país tenha sido criminosa.

A pasta comandada por Silveira comunicou mais cedo já ter iniciado a retomada do serviço após o apagão. Além disso, uma sala de situação foi criada para acompanhar o processo.

O ministro precisou voltar ao Brasil às pressas. Na ocasião do apagão, ele estava no Paraguai, onde acompanharia a posse do presidente recém-eleito Santiago Peña junto de uma comitiva de Lula (PT).

Santa Catarina

De acordo com as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), pelo menos 859 mil unidades consumidoras (UCs) ficaram sem luz, o que representa cerca de 25% do total de UCs do estado.

O apagão atingiu Santa Catarina às 8h30 e o sistema foi totalmente restabelecido às 9h13, segundo a Celesc. Por se tratar de um incidente envolvendo o Sistema Interligado Nacional, a companhia precisou aguardar a autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para iniciar o religamento.

No estado, as regiões mais afetadas pela queda de energia foram as dos municípios de Itajaí (153 mil UCs), Blumenau (126 mil UCs), Florianópolis (105 mil UCs), Joinville (94 mil UCs) e Criciúma (82 mil UCs).

Brasil

Seis horas após um apagão afetar todas as regiões do Brasil, a energia foi restabelecida em todo o sistema elétrico nacional na tarde desta terça-feira (15).

O Ministério de Minas e Energia (MME) disse que o sistema foi restabelecido completamente às 14h30, “restando ajustes pontuais a serem realizados pelas distribuidoras em algumas cidades”.

Fonte:

G1/NSC/CNN

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