Até quando vai o El Niño e o que esperar para o verão em Santa Catarina

El Niño pode causar chuvas volumosas na região Sul do país.

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Foto: Tiago Ghizoni / NSC
Foto: Tiago Ghizoni / NSC

O fenômeno El Niño, que tem provocado chuvas volumosas no Sul do Brasil, deve continuar impactando o clima em Santa Catarina, pelo menos até meados do ano que vem, o que inclui todo o verão 2023/2024. A previsão é da Epagri/Ciram.

Segundo o meteorologista da Epagri, Marcelo Martins, o pico do El Niño geralmente ocorre em dezembro — por isso, inclusive, o nome, “o menino” em espanhol, é uma referência a esta data e ao Menino Jesus.

Verão de temperaturas altas e mais chuva

A previsão da Epagri/Ciram é de meses mais chuvosos, como já é de se esperar nos períodos em que o fenômeno está ativo. Para novembro e janeiro, além de chuvas acima da média, o calor também deve ser maior do que o costume durante o próximo verão.

Em novembro, a média esperada de chuva é de 130 a 180 milímetros. Para dezembro, são previstos 150 a 190 mm na Grande Florianópolis e do Extremo Oeste ao Litoral Norte, e nas demais regiões os volumes variam entre 130 a 150 mm.

Mesmo com o pico previsto do fenômeno para novembro, dezembro e janeiro, a previsão é que ele ainda impacte o clima durante todo o verão.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño causa um aumento na temperatura da superfície da água no Oceano Pacífico, fazendo ela evaporar mais rápido. Ou seja, o ar quente sobe para a atmosfera mais alta, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas.

Com isso, no meio do Pacífico chove mais, afetando a região Sul do Brasil, porque a circulação dos ventos em grande escala, causada pelo El Niño, também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul e essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias, que chegam pelo Hemisfério Sul, avancem pelo país. Logo, elas ficam concentradas por mais tempo na região Sul.

Novembro pode ter novos eventos climáticos devido ao El Niño

Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, o fenômeno ainda pode ocasionar ocorrências climáticas extremas em novembro, assim como foi em outubro.

"Uma análise estatística pelo tipo de El Niño que está em vigor é que em novembro e maio seriam os meses mais críticos e com maior probabilidade de eventos. O que esperamos é que o aguardado para novembro já tenha ocorrido em outubro. Porém, novembro tende a ser mais chuvoso e, por isso, pode ter eventos expressivos", explica Frederico Rudorff, coordenador de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Santa Catarina.

No entanto, o coordenador pontua que ainda não é possível fazer uma previsão se há riscos de grandes inundações como as que ocorreram nos últimos dias. Mas ele enfatiza que é necessário ficar em alerta devido a característica do mês.

Outubro de chuvas extremas

Desde 4 de outubro e até às 18h desta quinta (19), 149 municípios catarinenses registraram situação de emergência e três decretaram estado de calamidade pública: Rio do Sul, Taió e Rio do Oeste, todas no Alto Vale do Itajaí.

Ao todo, 161 municípios foram afetados por ocorrências das chuvas e seis mortes foram confirmadas em decorrência das chuvas, conforme a Defesa Civil. Agora já são 30.777 pessoas desabrigadas.

Fonte:

NSC

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