Atentado em creche de Saudades completa um ano

Familiares, professores e funcionários da prefeitura participaram de uma homenagem às vítimas na creche Pró-Infância Aquarela.

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Homenagem às vítimas do ataque a creche de Saudades (Foto: Andrielli Zambonin/NSC TV)
Homenagem às vítimas do ataque a creche de Saudades (Foto: Andrielli Zambonin/NSC TV)

Um ano após a tragédia que chocou o Brasil e custou a vida de três bebês, uma professora e uma agente educacional em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, familiares, professores e funcionários da prefeitura homenagearam as vítimas. O ato ocorreu na manhã desta quarta-feira (4), na creche Pró-Infância Aquarela, onde o crime foi registrado.

Cerca de 50 pessoas participaram da homenagem, que durou 20 minutos. Na oportunidade, um líder religioso prestou condolências às famílias, citou alguns versículos da Bíblia e falou sobre perdão. Em seguida, familiares das vítimas soltaram balões brancos na área externa da creche.

Tragédia na creche em Saudades completa um ano nesta quarta-feira (Foto: Willian Almeida/ND Mais)
Tragédia na creche em Saudades completa um ano nesta quarta-feira (Foto: Willian Almeida/ND Mais)

Os pais das crianças que morreram na chacina não foram na homenagem desta quarta-feira. Já os familiares da professora Keli Adriane Aniecevki, de 30 anos, e da agente educacional Mirla Renner, de 20 anos, assassinadas com golpes de arma branca, estiveram no local pela primeira vez depois do crime.

Neusa Renner, mãe de Mirla, se emocionou ao lembrar da filha. “É muito triste para mim e sempre vai ser. Ela nunca será esquecida. Eu penso na minha filha 24h. Não vivo mais sem a minha filha, estou apenas sobrevivendo. Perdi a coisa mais preciosa do mundo para mim”, disse.

Os pais de Keli, José e Teresinha Aniecevski, também demonstraram a sua saudade. “É uma homenagem merecida. Ela amava o que fazia aqui”, comentou Teresinha. “Agora esperamos por justiça. Aqui na Terra eu não sei, mas um dia a justiça será feita. Não tem explicação para o que foi feito. Uma barbaridade”, acrescentou o pai.

O local escolhido para ser palco do evento foi justamente a sala onde a chacina aconteceu. O espaço, onde antes estudavam crianças do berçário, foi transformado em uma área de uso comum, com brinquedos e livre circulação de pessoas. Hoje, o local possui um novo projeto arquitetônico e um moderno sistema de segurança instalado.

Relembre o crime

No dia 4 de maio de 2021, Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, natural da cidade, invadiu a creche Pró-Infância Aquarela, às 9h50, com a intenção de matar o maior número de pessoas.

Armado com uma adaga, o jovem sem histórico criminal, dirigiu-se até o local e atacou bebês, professoras e demais funcionárias da creche que atende alunos de 6 meses a 2 anos. Três crianças, uma professora e uma funcionária morreram no massacre. O caso teve repercussão internacional.

De acordo com a Polícia Civil, Kipper Mai dirigiu-se de bicicleta à creche Pró-Infância Aquarela, localizada na área urbana do município. Ao entrar no local, começou por atacar uma professora de 30 anos que, embora ferida, correu para uma sala onde estavam quatro crianças e uma funcionária da escola, na tentativa de alertar sobre o perigo.


O jovem atacou então as crianças que estavam na sala e a funcionária. Duas meninas de menos de dois anos e a professora que sofreu o ataque inicial morreram no local. Outra criança e a funcionária morreram depois no hospital.

Fabiano foi preso no local e levado em estado grave a um hospital da cidade vizinha de Pinhalzinho, depois de tentar cometer suicídio desferindo golpes da espada contra si mesmo. Ainda internado no hospital, ele prestou depoimento à polícia e confessou o crime.

Quem são as vítimas?

Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, era professora e dava aulas na unidade há cerca de 10 anos;

Mirla Renner, de 20 anos, era agente educacional na escola;

Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses;

Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses;

Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.

Fonte:

ND +

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