Cacique anuncia expulsão de famílias da oposição da Aldeia Kondá

Decisão foi tomada após conflito armado entre membros da comunidade indígena.

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Foto: Michel Rocha/NDTV/ND
Foto: Michel Rocha/NDTV/ND

O cacique da Aldeia Kondá, Efésio Siqueira, fez um anúncio nesta segunda-feira (17) informando que todas as famílias que se opõem à sua liderança estão sendo expulsas da terra indígena em Chapecó/SC. Essa decisão foi tomada após um conflito armado entre membros da comunidade, que terminou em incêndio de casas e carros, bem como uma pessoa morta.

Siqueira explicou que essas famílias foram excluídas devido às atrocidades que cometeram na aldeia que abrigava cerca de 1.500 indígenas. “A comunidade optou que eles não entrassem mais na aldeia, porque não é somente na minha gestão que esse pessoal vem fazendo esse tumulto”, disse.

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O cacique também mencionou que os indígenas realizarão um abaixo-assinado para mostrar que a maioria não aceita mais os membros da oposição na comunidade. “Fico triste com o ponto que chegou essa situação. O que a comunidade está pedindo agora é justiça pela morte deste jovem”, avaliou. “Esse conflito aconteceu devido à bebida alcoólica”, ressaltou.

Eleição do atual cacique

A raiz desse conflito remonta ao descontentamento de uma parte dos indígenas em relação ao resultado do processo eleitoral para a escolha do atual cacique, realizado no ano passado. Siqueira foi eleito para ocupar o cargo nos próximos três anos. A Funai está acompanhando o conflito e buscando alternativas para acalmar a situação.

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A secretária da Família e Proteção Social de Chapecó, Ariete Lauxen, relatou que mais de 280 pessoas estão desabrigadas após serem expulsas da aldeia. Alguns deixaram suas casas por medo, enquanto outros tiveram suas propriedades incendiadas. Todos estão recebendo assistência temporária em um ginásio da prefeitura de Chapecó.

Adroaldo Antônio Fidelid, coordenador regional da Funai e membro da etnia kaingang, descreveu o recente conflito como uma perda significativa para a cultura da comunidade, resultante de um ataque armado causado por divergências na escolha do novo cacique.

Ele ressaltou que o uso de armas de fogo não faz parte dos costumes indígenas, destacando o distanciamento dessa ação em relação ao contexto cultural.

No conflito ocorrido no domingo (16), uma pessoa foi morta e várias outras ficaram feridas devido a socos, tiros e outras formas de violência. Uma das vítimas está internada em estado grave no hospital de Chapecó.

O MPF (Ministério Público Federal) pediu o deslocamento da Força Nacional de Segurança Pública para a terra indígena onde ocorreu o conflito. A recomendação foi feita ao secretário nacional de Segurança Pública. O pedido está sendo avaliado.

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ND +

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