Caso Werlang: Delegado-Geral da Polícia Civil impõe sigilo sobre a investigação da morte

Caso de repercussão nacional ocorreu em São Miguel do Oeste, no Extremo-Oeste de Santa Catarina.

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Foto: Cristian Lösch/Peperi/ND
Foto: Cristian Lösch/Peperi/ND

A morte do agente policial Neife Luiz Werlang, de 46 anos, está sendo investigada com extremo sigilo, inclusive, a pedido do Delegado-Geral da Polícia Civil, Marcos Flávio Ghizoni Júnior. O crime ocorreu na sexta-feira (15), em São Miguel do Oeste, no Extremo-Oeste de Santa Catarina.

Werlang foi encontrado morto por policiais em um cômodo da casa onde morava, com cortes de faca na região do pescoço. A DIC (Divisão de Investigação Criminal) apurou que o ataque foi planejado pela filha do agente, de 12 anos, e uma amiga também adolescente. As duas foram internadas no Case (Centro de Atendimento Socioeducativo) de Chapecó.

O Delegado-Geral da Polícia Civil, Marcos Flávio Ghizoni Júnior, pediu ao Delegado Regional de São Miguel do Oeste, Wesley Andrade, sigilo sobre as informações do caso, com repercussão nacional. “Por ordem do Delegado-Geral, não podemos mais nos manifestar sobre o caso. Lamento”, disse.

Uma fonte exclusiva do ND+ revelou que as adolescentes teriam idealizado o crime inspirado no caso Suzane Richthofen, que planejou o assassinato dos pais Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen.

A reportagem descobriu que as adolescentes confessaram o crime na Delegacia da Polícia Civil. Também revelaram a inspiração em documentários que tratavam Suzane Richthofen como uma celebridade vítima da sociedade, por isso as adolescentes acreditavam que alcançariam a fama como Richthofen. O delegado que investiga o caso disse que não tem essa informação.

Ainda de acordo com a apuração do ND+, as adolescentes planejavam matar a esposa do policial também, mas não conseguiram. Nos bastidores das investigações, já na delegacia, as adolescentes não se mostraram arrependidas e questionavam se ficariam famosas como Suzane Von Richthofen.

A filha do agente policial pediu à Justiça autorização para comparecer ao velório do pai, o que foi negado pelo juiz com a alegação de que “o caso é de grande comoção social, devendo-se preservar, inclusive, a integridade física da adolescente”.

O despacho do juiz considerou que é “difícil até achar palavras para negar pedido tão impróprio, numa hora igualmente tão imprópria”. O texto diz, ainda, que, “ao desferir as facadas como fez, ela já se despediu do pai”.

Estiveram no velório familiares, amigos e colegas de profissão de toda a região. O ato começou na igreja matriz e encerrou no Cemitério Municipal. Com sirenes e giroflex ligados, dezenas de viaturas da Polícia Civil formaram o cortejo até o cemitério.

O agente Neife Luiz Werlang ingressou na Polícia Civil em junho de 1996. Ele iniciou a função na Comarca de Itapiranga, onde ficou por um ano. Atuou, em seguida, na Delegacia de Comarca de São Miguel do Oeste. Depois, na Delegacia de Polícia da Comarca de Xanxerê e na Divisão de Investigação Criminal de São Miguel do Oeste.

Atualmente, era responsável pelo setor de Alvarás da Delegacia Regional de Polícia de São Miguel do Oeste e responsável pela Delegacia de Polícia do Município de Paraíso. O policial civil foi morto brutalmente e o crime esclarecido. O velório e o sepultamento serão em São Miguel do Oeste.

Fonte:

ND +

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