Chuva de cor escura é flagrada no Oeste de Santa Catarina

Fenômeno tem relação com fumaças das queimadas do Pantanal e pode ocorrer em outras regiões do estado.

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Chuva de cor escura é flagrada no Oeste de Santa Catarina

Moradores da linha Nova Arvorezinha, interior de São Domingos, no Oeste de Santa Catarina, registraram na manhã desta quinta-feira (17), chuva com coloração escura. O fenômeno ocorreu devido a presença das partículas de fumaça das queimadas do Pantanal na atmosfera.

Segundo nota da Defesa Civil de Santa Catarina, após a passagem da frente fria que chega ao Estado os ventos tendem a mudar de direção dissipando a presença da chuva escura. 

De acordo com o meteorologista da Defesa Civil de Santa Catarina, Murilo Fretta José, enquanto houver queimadas e o fluxo de umidade for típico de noroeste essas condições de chuvas escuras ainda podem ser observadas ao longo do dia em outras regiões do Estado, como no Planalto Norte, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e Litoral Norte.

Fique atento

Na região Oeste do Estado é comum o uso de cisternas para armazenagem de água da chuva para uso na produção animal. Porém, a presença de gases e poeira podem influenciar na qualidade da água armazenada. 

De acordo nota técnica emitida pelo Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD) da Defesa Civil de Santa Catarina, nestes casos, como o da chuva de coloração escura, análises da qualidade do ar são altamente recomendadas para parâmetros como o material particulado, que são indicativos de fuligem que poderá atingir nuvens e dar origem a chuvas contaminadas.

O recomendado é analisar os parâmetros de qualidade da água como o pH (que pode variar de 1 a 14), os sólidos totais dissolvidos, amônia, nitrato, cloro residual livre, entre outros indicadores das propriedades da água. Além disso, no caso da chuva escura, é importante avaliar outros parâmetros como os tipos de agroquímicos, cobre, zinco, ferro, substâncias provenientes da queima de biomassa (marcadores de queimadas), etc.

Veja as orientações do CIGERD:

  • Não captar a água das primeiras chuvas, descartando 2 mm de chuva antes de conduzir a água para cisterna;
  • É recomendado que o dispositivo para o descarte seja automático;
  • Utilizar cercas vivas no entorno das instalações que irão captar a água da chuva;
  • Elevar o tempo de uso do dispositivo que possibilita o desvio da captação de água da chuva inicial;
  • Intensificar a limpeza periódica das instalações de cobertura, condução, filtragem e armazenamento de água
  • Obter conhecimento da escala de uso de agroquímicos nas propriedades vizinhas;
  • E, principalmente, apurar as análises de qualidade da água para verificar o atendimento a legislação relacionada à qualidade da água.

Fonte:

ND +

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