Chuva que castiga SC desde outubro já deixou 11 mortos

Volume acima da média inundou várias regiões do Estado.

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Foto: Adriano da Nahaia, NSC TV
Foto: Adriano da Nahaia, NSC TV

As chuvas que atingem Santa Catarina desde o mês de outubro já deixaram 11 pessoas mortas. Nesta terça-feira (28), morreu a terceira vítima do acidente em que um carro afundou em Taió, cidade no Alto Vale do Itajaí, em 16 de novembro. Dirce Lazarini Belli, de 69 anos, ficou 16 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu.

Dirce é a terceira vítima das chuvas em Taió e a quarta do Estado em novembro. O outro óbito aconteceu em Palmitos, no Oeste, no dia 17, tendo como vítima um homem de 46 anos que colidiu com a fiação elétrica enquanto andava de moto aquática. Um idoso segue desaparecido desde o dia 18.

No mês passado, foram sete mortes. Os óbitos foram confirmados nos municípios de Rio do Oeste, Rio do Sul e Witmarsum, no Alto Vale do Itajaí, Palmeira, Campo Belo do Sul, na região serrana, Três Barras, no Norte, e Calmon, no Meio-Oeste catarinense, entre o dia 4 e dia 29.

Quem são as vítimas

  • Paulo Torinelli, de 65 anos, morreu ao tentar passar de bicicleta por uma área rural alagada em Rio do Oeste.
  • Rodrigo José de Farias, de 42 anos, morreu afogado ao tentar passar de carro por uma área alagada na localidade rural de Mato Escuro, em Palmeira.
  • Olívia Becker Berto, de 75 anos, de Rio do Sul. Estava de canoa em uma área alagada quando tentou subir por uma sacada, perdeu o equilíbrio e caiu na água.
  • Maicon Moraes Agostinho, de 29 anos. Ele foi arrastado pela correnteza de um riacho na zona rural de Campo Belo do Sul ao tentar atravessar a cavalo uma ponte submersa em 1,5 metro.
  • Vilmar Xavier, de 41 anos, no dia 15. Ele sofreu um choque elétrico em uma casa alagada de Três Barras, do Norte de Santa Catarina.
  • Moacir Valker da Silva, de 59 anos, atingido por um raio quando andava a cavalo para tocar gado em uma área de campo no interior de Calmon.
  • Éliton Selinger Rodrigues, de 24 anos, foi arrastado pela correnteza com o carro ao tentar atravessar uma estrada alagada em Witmarsum.
  • Evanilda Comelli Rahn, de 79 anos, morreu em uma enxurrada em Taió.
  • Rosa Maas morreu em uma enxurrada em Taió.
  • Homem de 46 anos colidiu com a fiação elétrica enquanto andava de moto aquática em Palmitos.
  • Dirce Lazarini Belli, de 69 anos, morreu em uma enxurrada em Taió.

As chuvas caem acima da média em várias regiões do Estado. Os três maiores volumes mensais de 2023 foram registrados em outubro, nas cidades de Mirim Doce (725,4 milímetros) e Taió, (646,8 milímetros), ambas no Vale do Itajaí. Para se ter ideia, a média histórica de chuva na região no período é de, no máximo, 170 milímetros.

Em Florianópolis, a precipitação de outubro foi de 416 milímetros, o maior valor já registrado pela Epagri/Ciram. Somente nesta terça, a Estação de Meteorologia do Sul da Ilha já acumulou 134 milímetros, valor que supera a média histórica de novembro inteiro na cidade, que é de 129 milímetros.

Causa das chuvas

As chuvas em Santa Catarina ocorrem por influência do El Niño, que neste ano é de intensidade forte devido ao aquecimento global ocasianado pela crise climática. Como já apontou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), é provável que 2023 termine sendo considerado o ano mais quente já registrado, num período de 125 mil anos.

"Quando a atmosfera está mais quente, ela carrega mais umidade. Então, uma tempestade que ocorria há 30 anos não tinha a mesma quantidade de água que tem hoje. A chuva é muito mais torrencial, porque quanto maior o contraste de temperatura de uma massa de ar frio com uma massa de ar quente, mais violento é o vento. E isso também aumentou", explica a professora de Oceanografia Física na UFSC, Regina Rodrigues.


Fonte:

NSC

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