Se você já passou pela Rua Getúlio Vargas, em Joaçaba, no período que antecede o natal, com certeza reparou no brilho de uma das residências que está localizada ali. Ano após ano, as luzes, os enfeites variados e as figuras tradicionais do natal trazem um colorido especial para o jardim e chamam a atenção de muitas pessoas. Mas de quem é a casa? O que motiva essa família a investir em diferentes decorações a cada natal? Nós, do Portal Éder Luiz, fomos conversar com os proprietários e ficamos encantados, não só com o que vimos de perto, como também com a história que nos foi contada.

Os proprietários da casa são Rosana e Ildo Perosa que têm três filhos, moram no local há 22 anos e há 12 decoram a residência. Tudo começou quando uma amiga comentou que o espaço poderia render uma decoração bonita e isso se aliou ao gosto que eles já tinham pelo natal.

“Os enfeites nos remetem às mais puras lembranças de infância. Nas nossas casas eram colhidos galhos que representavam o pinheirinho e que eram enfeitados. Na minha, por exemplo, era usado algodão para simular a neve. Era tão simples, mas estava sempre presente, então foi um sonho poder também enfeitar a nossa casa e com isso manter vivo o espírito do natal” comentou Rosana.

A decoração chama atenção pela magnitude. São vários enfeites dispostos, muitas luzes, cores e até mesmo alguns objetos que se movimentam, como é o caso de um pinheirinho que gira. Mas, não fica só nisso. Há elementos que para eles são muito mais importantes. É o caso do presépio.

“Buscamos sempre evidenciar o presépio. Uma curiosidade é que colocamos os personagens assim que montamos a decoração, mas a figura do menino Jesus só vai pra lá na noite de natal, afinal de contas, é nesse dia que Ele nasce. Neste ano houve uma exceção e o menino Jesus já está lá porque passaremos a data em outro local. Mas fora isso, o ritual é o mesmo: após a ceia, cantamos uma música e em família vamos até a manjedoura colocar a imagem de Jesus”, contou Rosana.

Ao longo dos anos diversos tipos de decorações fizeram parte do ambiente. Teve decoração com velas, bonecos de neve, duendes e até mesmo um parque do Papai Noel. Tudo começa a ser pensado no mês de agosto. Algumas coisas são reaproveitadas e outras adquiridas conforme a temática escolhida. Rosana, uma amiga e mais uma equipe de oito pessoas, entre eletricistas, decoradores e marceneiros são os responsáveis pela montagem. Ildo não coloca muito a “mão na massa”, mas dá seus palpites para que as ideias tragam um pouco daquilo que ele gosta.

“Eu fico com a parte de pagar a conta (risos), não me envolvo muito na montagem, mas opino. Por exemplo, gosto de luzes coloridas então sugiro que usem”, contou Ildo.

Ildo faz questão de ressaltar que tudo é feito com um único propósito: evidenciar o real sentido do natal, que é o nascimento de Jesus.

“Somos religiosos e acreditamos que todo esse cenário não tem importância nenhuma se não é pelo Advento, o nascimento do menino Jesus. Claro, o comércio e o Papai Noel fazem parte, muitas pessoas dependem dessa data e celebrar com festas, amigos e presentes faz parte, mas temos que lembrar do sentido real do natal”, afirma.

Rosana conta ainda, que ao longo dos anos foram muitas as manifestações de pessoas que passam pelo local e admiram a decoração. Escolas já vieram com os alunos, avós trazem os netos, mães e pais fazem questão de mostrar aos filhos e até mesmo os adultos se encantam.

“Uma vez recebi uma cartinha de uma estudante universitária que morava aqui na frente agradecendo e parabenizando por decorarmos a casa. Segundo ela, cada vez que abria a janela, lembrava do natal com a família e sentia como se estivesse em casa. Outro rapaz, por vários anos, nos mandou lembrancinhas porque dizia se sentir feliz ao ver a decoração. Além disso, a emoção e as reações das crianças fazem com que valha muito a pena investir e decorar”, afirmou.

E Rosana e Ildo pretendem continuar cultivando essa tradição por muito tempo.

“Não queremos deixar morrer o espírito natalino. Buscamos fazer com que as pessoas se motivem a cultivar a tradição do natal e, principalmente, a refletir sobre o sentido tão especial que essa data têm”, finalizou Rosana.