Conheça o Gerson, o atleta cego que não deixou a deficiência ser o limite para seu sonho

Gerson treina ao lado da guia Iara para representar Joaçaba em uma competição estadual.

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Quando você pensar que está com dificuldades, que sua vida não anda nada fácil, preste atenção nesta dupla da foto! Iara é a guia de Gerson, que tem deficiência visual, o que não foi suficiente para impedir um sonho, o de praticar esporte.

Gerson de Giacometti, de 47 anos, não nasceu cego, ele começou a perder a visão há 28 anos, devido a uma doença degenerativa. Aos poucos passou apenas a enxergar vultos e luzes. O fato fez com que encontrasse várias dificuldades, comuns a pessoas com deficiência, teve que se adaptar e no esporte encontrou o caminho.

“Tive a perda da visão parcial, gradativa e hoje só tenho um micro resíduo da visão. Qualquer atividade física é boa para a saúde e no geral, me ajuda bastante e estou feliz por treinar e ter a Iara a como guia”. Revela

Hoje, o atletismo motiva o Gerson no dia-a-dia, para sair da rotina e quebrar os seus limites.

“Como tenho a deficiência visual e a geografia das nossas cidades é ruim, as atividades aqui no parque ou em outro local são ótimas para mim. Só trazem benefícios, até mesmo na questão mental, já que praticamente fico em casa pelas dificuldades que encontro”. 

Iara Burlin, que é profissional de educação física na licenciatura e bacharel e pós-graduada em educação física escolar, treina um atleta com deficiência pela primeira vez. Ela e Gerson se preparam para representar Joaçaba nos Jogos Para desportivos de Santa Catarina, os Parajasc, que acontecerão em outubro na cidade de Caçador. Um desafio que ela aceitou com entusiasmo.

“Fiquei muito feliz ao receber a notícia que ia trabalhar com o Gerson. Para mim viver esta experiência está sendo muito gratificante. Estou tendo o apoio e as dicas do Fernando Orso, que já conhece o esporte paralímpico”. Comenta iara, citando o técnico que trabalha com a para-atleta Aline Rocha. Fernando começou em Joaçaba e é um dos precursores da Associação Regional de Atletas com Deficiência (ARAD). Hoje ele e Aline percorrem o mundo em competições.

Agora, integrado ao esporte, Gerson espera que as prefeituras e instituições apoiem os atletas com deficiência e que ofereçam a eles a possibilidade de praticar alguma atividade física, para que deixem o isolamento de suas casas.

“Temos a força de vontade, mas dependemos e precisamos do apoio das instituições que fazem o elo entre as pessoas com deficiência e a comunidade”.

Se depender de novos projetos, Iara revela que em 2020, novas oportunidades irão surgir.

“Para o ano que vem estamos com um projeto para chamar este público e desenvolver um trabalho com todos que tem deficiência e queiram praticar esportes”.

E se você quiser apoiar e incentivar esta dupla é só encontrar com eles nas terças e quintas no Parque Municipal. Quem sabe a força de vontade e o exemplo do Gerson toquem você para que também quebre seus limites e vá mais longe em busca dos seus sonhos! 

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