Empresário de Joaçaba conta como foi assalto a ônibus

Empresário de Joaçaba conta como foi assalto a ônibus

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O empresário Paulo Scheneider, que mantém comércio no centro de Joaçaba, era um dos passageiros de um ônibus que foi assaltado na noite deste domingo, 30, na rodovia SC-453, próximo a Lebon Régis. Com exclusividade ele revelou ao Portal Éder Luiz.com os momentos de terror e violência aos quais as 20 pessoas que estavam no coletivo de uma empresa de Videira passaram. Todos viajavam para fazer compras em São Paulo.

Paulo contou que viaja há muito tempo para fazer compras fora do estado e que resolveu optar pela empresa videirense por ela disponibilizar escolta armada, o que garantiria maior segurança, já que os passageiros viajam sempre com grande quantidade de dinheiro vivo. “Eu não me preocupava com assaltos por que nunca havia passado por isso. E a empresa anunciava para nós a escolta desde a saída”. Contou. Mas segundo o empresário, a escolta geralmente é feita à partir da intercessão com a BR-116, quando mais dois ou três ônibus que vem do Rio Grande do Sul se juntam ao da empresa de Videira. “Eu sempre vi a escolta a partir deste ponto e não antes. Lá na BR-116 vêm esses ônibus e aí nós viajamos até São Paulo com escolta, mas não à partir de Videira”. Foi justamente no trecho sem escolta armada que os bandidos apareceram e cometeram o crime. A abordagem Era por volta de 21h quando o coletivo foi abordado por um veículo gol de cor vermelha. Segundo Paulo, que dormia na hora, não foi possível ver se os bandidos dispararam contra o ônibus, mas alguns passageiros relataram isso a polícia. “Eles aproveitaram que o ônibus estava há uns quarenta por hora, numa subida, e fizeram o motorista parar. Quando notei já estavam entrando. Eram quatro homens, mas um deles ficou no carro. Todos estavam armados com pistolas e com o rosto coberto por lenços, só ficavam com os olhos de fora”. Segundo Paulo, o desespero foi grande quando os bandidos entraram. “Teve uma senhora que contou depois que esta foi a terceira vez que ela foi assaltada. Lembro dela gritar – de novo não- e começar a chorar”. Os bandidos não tiveram piedade dos passageiros. Imediatamente ordenaram que todos ficassem com as mãos na cabeça. “Aqueles que faziam qualquer movimento mais brusco eles vinham e apontavam a arma na cabeça para intimidar”. Contou Paulo. A próxima ordem foi para que todos ficassem apenas com as roupas íntimas. Logo depois um dos passageiros foi chamado para, com uma bolsa passar banco por banco recolhendo dinheiro e objetos pessoais, como jóias e celulares. Intimidação Paulo contou que os bandidos não chegaram a agredir ninguém, mas intimidavam muito os passageiros. “A pessoa que recolhia as coisas para eles ficou o tempo inteiro com a arma apontada na cabeça. Eles falaram que se alguém escondesse algo iria morrer ali mesmo. Diziam – vamos fazer uma geral em tudo e quem esconder algo nós matamos”. Durante a ação o ônibus não parou. A ordem dada para o motorista pelos bandidos foi para que ele continuasse rodando. O veículo só parou após descer uma ribanceira numa estrada de chão, onde ficou atolado. Os 20 passageiros foram então levados para o bagageiro do veículo e trancados lá. Orações abafadas Paulo revelou que quando todos foram trancados o motorista conseguiu fazer com que a parte de cima do bagageiro ficasse meio aberta, o que foi fundamental para que conseguissem sair assim que os quatro foram embora. Com todos trancados eles aproveitaram para fazer mais buscas a objetos dentro do coletivo. “Nós ficamos trancados e em silêncio, mas era quase impossível evitar o choro de algumas pessoas e as orações que surgiam. Tivemos que chamar a atenção de uma senhora que começou rezar muito alto. Todos estavam com medo de que eles se irritassem e pudessem voltar”. Após cerca de 20 minutos que os passageiros foram trancados os bandidos deixaram o local. Cinco minutos depois o grupo resolveu sair do bagageiro. “Alguns foram até a rodovia e conseguiram carona até a polícia em Lebon Régis. Ficamos aguardando com muita apreensão, mas graças a Deus a partir dia ficamos mais aliviados”. A empresa enviou vans para buscar os passageiros e depois que todos prestaram depoimento na delegacia de Lebon Régis transportou as vítimas para suas casas. Prejuízo No ônibus estavam passageiros de várias cidades da região. Entre eles três de Joaçaba, um de Herval d´Oeste e quatro de Tangará. Segundo o boletim de ocorrência, ao qual o Éder Luiz.com teve acesso, duas das vítimas perderam R$ 20 mil em dinheiro. Ambos seriam moradores de Joaçaba. Segundo a polícia, o prejuízo entre todos chegou a R$ 200 mil. Até o momento não há pistas dos assaltantes. Quanto a questão da escolta oferecida pela empresa, Paulo disse que ainda não há uma manifestação oficial dos proprietários e nem sobre um possível ressarcimento das perdas aos passageiros”. O empresário joaçabense disse que perdeu quase R$ 4 mil, mas que mesmo com tanta violência não tem outra alternativa a não ser continuar viajando. “ É um risco muito grande que infelizmente temos que correr. Eu não sei se viajo mais com esta empresa, mas a certeza é que tenho que continuar fazendo as viagens. Afinal, dependo disso”.

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