Uma equipe de investigadores e um promotor do Paraguai, acompanhados de policiais parananenses, esteve em Joaçaba nesta semana para ouvir o menor de 17 anos que confessou ter assassinado a jovem Carolina Matos, 18 anos, em Capinzal, no dia 25 de junho. A suspeita é que ele pode ter cometido outro crime, no município paraguaio de Santa Rita, no qual uma jovem de 19 anos foi encontrada morta dentro de um boeiro, aos fundos de um prédio onde acontecia uma exposição na cidade.  A jovem, Jessica Lovatto de Oliveira, foi morta por asfixia e fratura cervical, com indícios de abuso sexual. Na época, o crime chegou a ser atribuído a integrantes de uma banda brasileira que se apresentava na expo, isso por que, imagens de câmeras de monitoramento mostravam a jovem entrado no ônibus dos músicos. O fato foi descartado logo após ser levantado.

O crime no Paraguai ocorreu no dia 8 do mês de maio deste ano. Os indícios apurados coincidiram com a forma como o crime de Capinzal foi cometido e por este motivo o adolescente passou a ser o suspeito, além do fato dele estar naquela região quando o assassinato aconteceu. Em entrevista ao Portal Éder Luiz o investigador Wanderson Pedrini, da Polícia Civil de Foz do Iguaçu, revelou que através de suspeitas da polícia de Joaçaba o menor passou a ser investigado. "Por iniciativa da polícia de Joaçaba, através do delegado Régis e do policial Maneco, que tiveram acesso a este caso do Paraguai, de repercussão nacional, nós passamos a ter informações do crime de Capinzal. Quanto ao caso do Paraguai, os músicos foram totalmente excluídos da investigação. Foi levantada a suspeita por que as imagens das câmeras de segurança mostram a menina entrando no ônibus deles, mas não mostraram saindo, logo depois, através de outras imagens é possível ver ela caminhando pelo local. Como a forma que a vítima do Paraguai foi morta é exatamente igual a de Capinzal, isso levantou a suspeita da equipe de Joaçaba. Eles estiveram aqui em Foz do Iguaçu para saber se já havia algum crime cometido por este menor e nós já estávamos dando apoio nesta investigação do Paraguai". Pedrini revelou que o menor não admite ter cometido o crime do Paraguai, mas existem fortes indícios sobre a autoria. "O menino é bastante contraditório nos fatos que ele fala, mas as datas coincidem com o fato ocorrido em Capinzal também. Ele é da mesma cidade em que a vítima do Paraguai foi morta, ele saiu da cidade logo depois deste fato ter acontecido no Paraguai. Então, as coincidências são muitas. Por mais que ele negue o fato em Santa Rita, as datas e a forma como o crime foi praticado indicam no mínimo uma semelhança muito grande". Em Joaçaba o adolescente foi ouvido pelos policiais do Brasil e do Paraguai e a expectativa é que exames de DNA possam fazer a ligação dele com o crime cometido no país vizinho. " Estamos esperando provas materiais, como um exame de DNA, que foi possível colher aqui no local do crime e aí em Joaçaba colhemos material dele para ser encaminhado para um laudo pericial. Esses laudos serão confrontados com a coleta que também existe no Paraguai e isso pode determinar muita coisa nas investigações. O menor não poderá ser extraditado para responder pelo crime no Paraguai, pelo fato de ser brasileiro nato, mas segundo Pedrini, isso não impede que a investigação siga no país vizinho. Caso pudesse ser julgado no no Paraguai, a pena poderia ser maior e chegar a até 8 anos de internação, diferente do Brasil, onde a internação de menores chega no máximo há três anos.