Ferrovia do Contestado - O que fazer com este patrimônio?

Projeto Especial que vai debater a história e o futuro da Ferrovia será destaque no Portal Éder Luiz.

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A Ferrovia do Contestado, batizada inicialmente como Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, foi o grande marco de desenvolvimento do interior de Santa Catarina, cortando a região Meio-Oeste e criando povoados em seu entorno, depois vilas e cidades, que até hoje tem seus trilhos cravados não só na história, mas em sua geografia.

Em 1910, quando foi inaugurada, a Ferrovia já era motivo de conflitos pela exploração das terras a sua margem, doadas pelo governo brasileiro aos construtores como terras "sem donos", que não levaram em conta a ocupação dos tropeiros, caboclos e índios, donos e primeiros habitantes, gerando a Guerra do Contestado.

Foto histórica da Maria-Fumaça cortando trecho alagado da ferrovia.;
Foto histórica da Maria-Fumaça cortando trecho alagado da ferrovia.;

Depois disso o progresso veio transportado pelos vagões dos trens e a região prosperou. Na década de 90 a história da ferrovia como meio de transporte teve uma interrupção, quando o governo federal entregou a concessão para a iniciativa privada, que aposentou a velha ferrovia, já sem interesse financeiro para a concessionária.

Desde então, iniciativas surgiram na busca por reativar a estrada de ferro, mas esbarram na falta de interesse e principalmente visão. Hoje, apenas dois trechos, entre eles o de Piratuba a Marcelino Ramos/RS, permanecem ativos para o turismo.

Mas o que fazer com o restante da estrada, que se perde atualmente em meio ao mato que tomou conta e as cidades que engoliram o traçado?

"Existem iniciativa espalhadas pelo mundo que mostram que é possível e viável aproveitar o potencial de ferrovias que não são mais usadas para o transporte de cargas e passageiros. Temos um patrimônio que merece ser debatido com o objetivo de promover a sua preservação e utilização da melhor forma para continuar desenvolvendo a região". Comenta o engenheiro civil Sady Zago, presidente da Aencimoc, Associação dos Engenheiros Civis do Meio-Oeste Catarinense, e um dos idealizadores do projeto.

Estação ferroviária de Herval d´Oeste nos dias atuais.
Estação ferroviária de Herval d´Oeste nos dias atuais.

Amplo debate com especialista e com a comunidade

É este debate que um projeto busca promover a partir de hoje. Uma iniciativa da Aencimoc, com a produção do Portal Éder Luiz e patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC), vai promover duas lives e divulgar reportagens sobre a história e a visão para o futuro para saber o que fazer com a Ferrovia do Contestado.

Durante um mês a ferrovia muitas vezes esquecida por nós, moradores das cidades que cresceram ao seu entorno, irá reviver pelas reportagens mostrando seus dias de glória, conflitos e toda a nostalgia e orgulho que provoca em personagens que trabalharam na Rede Ferroviária Federal SA. e moradores que tinham em sua rotina a movimentação das estações. As lives trarão a participação e depoimentos de especialistas, historiadores e de pessoas da comunidade, em um debate para falar de preservação e oportunidades.

A produção dos conteúdos já começou e também contarão com a participação dos leitores do Portal Éder Luiz, que estão convidados a enviarem fotos, vídeos, materiais históricos e indicar personagens que serão entrevistados para falar sobre a ferrovia, bem como participar com ideais e sugestões, num grande debate sobre o tema.

Para enviar sugestões entre em contato pelos nossos canais

E-mail [email protected]

WhatsApp (49) 9 8851 5151

Lives!

História e fatos marcantes - dia 14 de julho, quarta-feira, ás 20h, nos canais do Portal Éder Luiz no Facebook e Youtube

Ferrovia do Contestado - O que fazer com este Patrimônio - dia 28 de julho, quarta-feira, às 20h, nos canais do Portal Éder Luiz no Facebook e Youtube

Representantes da Aencimoc, CREA-SC e Portal Éder Luiz no início da produção do projeto.
Representantes da Aencimoc, CREA-SC e Portal Éder Luiz no início da produção do projeto.

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