Fome em Santa Catarina: Estado tem maior índice de segurança alimentar do Brasil

Uma em cada dez famílias brasileiras está no oposto e enfrenta insegurança, aponta IBGE.

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© Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

A insegurança alimentar moderada ou grave atingia 7,4 milhões de famílias brasileiras (ou 9,4% do total) no último trimestre de 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25).

Segundo o IBGE, esses mais de 7 milhões de lares que convivem com a redução na quantidade de alimentos consumidos ou com a ruptura em seus padrões de alimentação abrigam 20,6 milhões de pessoas.

A metodologia da pesquisa envolve um questionário sobre a situação alimentar do domicílio nos 90 dias que antecederam a entrevista. “A gente não fala de pessoas [individualmente], a gente fala de pessoas que vivem em domicílios que têm um grau de segurança ou insegurança alimentar”, destaca o pesquisador do IBGE Andre Martins.

O domicílio é, então, classificado em quatro níveis, segundo a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. O grau segurança alimentar demonstra que aquela família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente.

De acordo com o IBGE, 56,7 milhões de famílias brasileiras (que reúnem 152 milhões de pessoas) encontram-se nessa situação. O grau insegurança alimentar leve afeta 14,3 milhões de famílias (43,6 milhões de pessoas) e significa que há preocupação ou incerteza em relação aos alimentos no futuro, além de consumo de comida com qualidade inadequada de forma a não comprometer a quantidade de alimentos.

Já a insegurança alimentar moderada atinge 4,2 milhões de famílias (11,9 milhões de pessoas) e demonstra redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos.

Por fim, a situação mais severa é a insegurança alimentar grave, que representa uma redução quantitativa de comida e ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo as crianças. São 3,2 milhões de famílias, ou 8,7 milhões de pessoas, que se encontram nesse cenário.

Santa Catarina

Santa Catarina é o Estado com o maior índice de segurança alimentar do Brasil, ou seja, onde se tem menos medo de passar fome, de acordo com a pesquisa sobre Segurança Alimentar da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua.

No Estado, cerca de 88% dos domicílios tem segurança alimentar, o que significa a certeza de que se terá alimento no futuro. O número é o maior do Brasil e supera a média do Sul do país, de 83%. Em segundo lugar está o Paraná, com 82,1% e em terceiro o Rio Grande do Sul, com 81,3%.

O Estado com o menor índice de segurança alimentar é o Sergipe, onde apenas 50,8% da população não tem medo de passar fome. Em segundo lugar, está o Pará, com 52,3%, e em terceiro o Maranhão com 56,4%.

Um em cada dez casas em Santa Catarina tem fome

Conforme a Pnad, os níveis de insegurança alimentar são divididos entre leve, moderada e grave. Santa Catarina soma 11% dos domicílios com algum nível de insegurança alimentar, o que significa que, em média, 1.1 a cada 10 casas se preocupa com o que vai comer no futuro.

Entre os domicílios nessa faixa, 8,8% da amostra de Santa Catarina tem insegurança alimentar leve, 1,6% moderada e 1,5% grave.

Estado com a maior porcentagem do de insegurança alimentar grave é o Pará, com 9,5% das pessoas sem saber como ou o que vão comer no futuro. Em segundo lugar na categoria está o Amazonas, com 9,1% dos domicílios, e em terceiro o Amapá, com 8,4%.

Fonte:

Correio do Povo / ND+

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