Fumaças de queimadas no Pantanal já atingem o oeste catarinense

Especialista recomenda uso de máscaras de proteção para diminuir a inalação de partículas finas.

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Joédson Alves/Agência Brasil
Joédson Alves/Agência Brasil

Há mais um mês o Pantanal arde em chamas. Com mais de 3 mil focos de calor neste mês, um dos principais resíduos do fogo, a fumaça, tem se espalhado para além da região do bioma. Imagens captadas por satélites mostram o avanço da névoa para região Sul e Sudeste do país.

As imagens são do satélites do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A névoa de fumaça tem avançado principalmente para São Paulo, Paraná, Santa Catarina (especialmente no Oeste do Estado) e no norte do Rio Grande do Sul.

Em algumas cidades do noroeste do Paraná, como Paranavaí, é possível perceber a mudança no céu, que apresenta aspecto mais cinza desde quinta-feira (16), mesma situação observada no Oeste catarinense. Quando o sol aparece, há um efeito avermelhado, que nada mais é do que a presença da fumaça.

Foto: Marcos Feijó
Foto: Marcos Feijó

‍O doutor em geofísica espacial e professor do Instituto de Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Widinei Alves Fernandes, explica que o corredores de nuvens têm facilitado a chegada da névoa em outros estados brasileiros e até em países fronteiriços, como Paraguai e Bolívia.

"O aumento de fumaça foi devido a chegada dessa pluma, em decorrência das queimadas que ocorreram no Pantanal e também na Amazônia. Isso mostra que a poluição do ar é um problema transfronteiriço, ou seja, que regiões relativamente distantes podem impactar outras regiões. Identificamos nesse momento uma condição moderada já aumentando, podendo chegar até uma concentração de ruim mais tarde", detalha o pesquisador

Fumaça do Pantanal se espalha pelo Brasil e até para outros países. — Foto: Programa Queimadas-INPE/Reprodução
Fumaça do Pantanal se espalha pelo Brasil e até para outros países. — Foto: Programa Queimadas-INPE/Reprodução

O meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS) Vinicius Sterling explica que o avanço da névoa de fumaça do Pantanal também é maximizado pelos incêndios na Amazônia.

"A fumaça que está chegando em outros estados não são apenas do Pantanal, também tem influência da Amazônia. A situação se maximiza em Mato Grosso do Sul e vai para outras regiões. Na Amazônia boliviana também há focos de calor, o que contribui para chegada de fumaça em outros estados, principalmente o estado do MS", detalha o especialista em clima.

Em Campo Grande, a qualidade do ar piorou nos últimos dias e a névoa dos incêndios do Pantanal se concentram de forma mais densa em Mato Grosso do Sul. Nesta sexta-feira (17), diversas cidades do estado amanheceram encobertas pela fumaça causada pelo fogo no bioma.

Fonte:

G1

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