Na tarde desta quinta-feira, dia 23, o Tribunal do Júri da Comarca de Caçador, no Meio-Oeste catarinense, condenou Wilson Alves dos Santos a 17 anos de prisão pelo assassinato de sua ex-companheira, Dioneide dos Santos, ocorrido em 19 de novembro de 2021.

De acordo com os autos do processo, Wilson desferiu diversos golpes de pedra na cabeça de Dioneide, levando-a a óbito por traumatismo cranioencafálico. O crime foi cometido por motivo torpe, movido por ciúmes, e dificultou a defesa da vítima, já que ela foi atingida de surpresa. O réu ainda ocultou o cadáver, enterrando-o em uma cova.

A sessão de julgamento contou com a presença dos filhos de Dioneide, familiares, amigos e muitos advogados e estudantes de direito. A acusação foi feita pela Promotora de Justiça Luciana Leal Musa, enquanto a defesa do acusado foi feita pelo advogado Ismael Figueiredo e uma assistente.

O julgamento teve início às 8h30 e encerrou por volta das 18h, sendo presidido pelo Juiz de Direito Emerson Carlos Cittolin dos Santos

Motivo

Ciúmes e incompreensão com o fim de um relacionamento amoroso. Esse foi o motivo do feminicídio de Dioneide dos Santos, então com 44 anos, assassinada a pedradas e enterrada. Os detalhes do crime foram informados em coletiva de imprensa pela Polícia Civil.

Em depoimento quando da prisão, Wilson confessou o crime e deu detalhes da morte de Dioneide. “Eles tinham um relacionamento há cinco anos, mas não eram casados e não era uma união estável. Entre idas e vindas, ele não aceitava o término do relacionamento, e na noite do crime atraiu a Dioneide até o local onde ele trabalhava na extração de pedras e a matou”.

O corpo de Dioneide foi encontrado quatro dias depois do crime com ajuda de cães farejadores dos bombeiros. Ela estava enterrada nas proximidades da pedreira onde Wilson a matou.

Prisão

Com informações precisas da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Caçador, a Polícia Civil do Paraná prendeu o suspeito de ter cometido o crime de feminicídio contra Dioneide dos Santos.

A prisão ocorreu no dia 20 de janeiro de 2022.

 Conforme informações do delegado Marcelo Colaço, desde a confirmação da morte de Dioneide, o homem que na ocasião tinha 47 anos, encontrava-se foragido desde o dia do crime.

Após trabalho investigativo efetuado pela Polícia Civil de Caçador, obteve-se a informação de que o acusado estaria foragido no Estado do Paraná.

Após inúmeras diligências os policiais chegaram ao paradeiro do suspeito, sendo então, repassadas as informações à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), comandada pelo delegado Tito Barichello, que é de Caçador. Barichello foi até o local indicado, localizou o suspeito e efetuou a prisão.

Carreata

No domingo, 19 de março, familiares e amigos de Dioneide dos Santos, vestidos com camisetas com imagens da vítima, realizaram uma carreata por vias públicas de Caçador pedindo justiça.