Justiça cassa liminar que suspendeu o Telegram no Brasil

Multa de R$ 1 milhão diária por não ceder informações sobre grupos está mantida.

, 539 visualizações
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

O desembargador federal Flávio Lucas, da 2ª Turma Especializada do TRF-2, suspendeu parcialmente a liminar da Justiça Federal do Espírito Santo que determinava a suspensão temporária do aplicativo Telegram no Brasil. A decisão foi publicada neste sábado (29).

De acordo com o desembargador, a suspensão completa do aplicativo em todo o país "não guarda razoabilidade, considerando a afetação ampla em todo território nacional da liberdade de comunicação de milhares de pessoas absolutamente estranhas aos fatos sob apuração".

O magistrado, no entanto, manteve a multa diária de R$ 1 milhão aplicada pela primeira instância, pelo descumprimento da determinação de fornecer os dados “de todos os usuários” de canais com conteúdo neonazista principalmente de seus administradores. O mérito do mandado de segurança ainda deverá ser julgado pelo TRF-2.

Receba as notícias em seu celular! Entre em nossa comunidade no WhatsApp - Clique Aqui!

Na decisão, o desembargador lembra que o Telegram "tem tido historicamente embates com o Poder Judiciário justamente por não atender às solicitações das autoridades brasileiras", na tentativa de proteger os usuários.

Para o desembargador, no entanto, "a seara penal não é o ambiente adequado para se discutir se há compatibilidade legal para manter o Telegram no Brasil". O Telegram saiu do ar na noite desta quarta-feira (26). Usuários relataram que o aplicativo não consegue concluir o envio de mensagens.

O relator do mandado de segurança também chamou atenção para o fato de que o Telegram tem tido "historicamente embates com o Poder Judiciário" por não atender as solicitações de fornecimento de dados.

"É preciso que as empresas de tecnologia compreendam que o 'cyberespaço' não pode ser um território livre, um mundo distinto onde vigore um novo contrato social, com regras próprias criadas e geridas pelos próprios agentes que o exploram comercialmente. As instituições e empresas, tal qual a propriedade privada, devem atender a um fim social, devem servir à evolução e não ao retrocesso", disse Lucas.

O que motivou a decisão?

A PF solicitou ao Telegram dados sobre integrantes de grupos, inclusive neonazistas, que estariam incentivando ataques. O pedido foi deferido na quarta-feira (19) pela Justiça Federal do Espírito Santo.

O aplicativo chegou a entregar parte dos dados na sexta-feira (21), mas não forneceu números de telefone de todos participantes de um grupo com conteúdo nazista, alegando que os grupos tinham sido deletados. A autoridade policial sustentou que o grupo se encontrava ativo quando o pedido foi formalizado, estando as informações.

As informações serão usadas na investigação sobre o ataque a uma escola em Aracruz que deixou quatro mortos, em novembro de 2022. A PF quer apurar as conexões do assassino, de 16 anos, em grupos no aplicativo.

O g1 procurou a Conexis, que representa as operadoras de telefonia móvel no país, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem.

Fonte:

G1

Notícias relacionadas

Fotos: Airton Fernandes / SDC

SC envia equipes ao Rio Grande do Sul para auxiliar no enfrentamento das fortes chuvas

Há profissionais da Defesa Civil, PM e Bombeiros que irão auxiliar, entre outras coisas, no apoio humanitário e resgates.

Chuva provoca estragos no RS (Leo Bartz / RBS TV)

Chuvas provocam estragos e causam uma morte no RS

Todo o estado gaúcho sofre com fortes chuvas nesta terça-feira, 30.

Inscrições para o Encceja começam nesta segunda-feira; entenda

Inscrições para o Encceja começam nesta segunda-feira; entenda

Exame é aplicado a jovens e adultos que não concluíram o Ensino Fundamental ou Médio na idade adequada.

 Onabet Plataforma — O melhor lugar para apostar e jogar

Onabet Plataforma — O melhor lugar para apostar e jogar

Conheça os melhores recursos do site e do aplicativo móvel da Onabet, sobre as ofertas exclusivas das seções de esportes e cassino.

Foto: MIGUEL NORONHA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Incêndio que matou dez pessoas em pousada no RS pode ter sido criminoso

Espaço funcionava de forma irregular e não tinha plano de prevenção contra incêndios, de acordo com os bombeiros.