Pesquisa mostra que formato do carnaval de Joaçaba e Herval d´Oeste precisa ser repensado

A Fecomércio realizou o levantamento durante o carnaval deste ano e, embora siga movimentando a economia local, evento enfraqueceu.

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A Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio) divulgou na manhã desta quinta-feira, 27, a pesquisa em relação ao carnaval de Joaçaba e Herval d’Oeste. A solenidade foi realizada no auditório da CDL e reuniu autoridades dos dois municípios. O evento foi realizado pelo Sindilojas Meio-Oeste, Sindiatacadista Joaçaba e Região, Sindrecom Joaçaba e Siprofarma Herval d’Oeste, em parceria com a Fecomércio SC.

Após dois anos sem ser realizado por conta da pandemia o evento voltou buscando superar desafios. As escolas de samba mostraram que souberam se reinventar e agradaram o público, assim como o formato mais popular, com menos arquibancadas e camarotes e mais espaços abertos para a comunidade levar suas cadeiras e escolher onde assistir.

Mas, um ponto negativo foi a não realização do carnaval de blocos no formato do Carnafolia, que impactou diretamente o evento, tirando público e fazendo com que a movimentação econômica ficasse abaixo dos anos anteriores, já que menos turistas vieram aproveitar a festa.

Outro aspecto abordado tanto por membros da Liga das Escolas de Samba, quanto do poder público, foi o planejamento do evento, que precisa ser pensado com antecedência.

O vice-presidente da Liga das Escolas de Samba e carnavalesco da Acadêmicos do Grande Vale, Jorge Zamoner, se manifestou após a divulgação da pesquisa e questionou por que a cidade não abraçou ou carnaval até hoje. Jorge também fez um alerta - Não sabemos se ano que vem terá carnaval. É o momento da virada, ou viramos ou acabamos e morremos!

O prefeito Dioclésio Ragnini também mostrou preocupação com o futuro do evento e lamentou o fracasso do carnaval de blocos.

“O Carnafolia não pode deixar de acontecer, os dois eventos tem que andar juntos. Não podemos fazer carnaval em cima da hora como foi esse ano. Nós temos que remodelar o nosso carnaval, estamos estudando com a Liga uma reformulação do evento, por que da forma como está ele vai morrer”.

As avaliações foram as mesmas quanto a necessidade de se transformar a forma como o carnaval é feito hoje, no sentido que é preciso evoluir na organização. O prefeito adiantou que as conversas para o próximo evento já começaram, com as primeiras reuniões e que a prefeitura seguirá apoiando. Umas das alternativas estudadas é entregar a organização para uma empresa terceirizada, com a prefeitura contratando e gerindo esse formato.

O objetivo da pesquisa realizada pela Fecomércio SC é analisar os reflexos da festa nos municípios, traçar o perfil e o comportamento de consumo dos turistas que circulam na região neste período e trazer dados que gerem insights para a tomada de decisão dos empresários e órgãos públicos.

“Os resultados são valiosos e de grande relevância para o desenvolvimento da região. A partir do perfil socioeconômico, avaliação do destino e impactos nos negócios e na economia local, é possível fazer um planejamento estratégico mais assertivo, com produtos e serviços para o público-alvo que se espera”, analisa Fábio De Souza, vice-presidente de turismo da Fecomércio SC. Ele cita como exemplo a Oktoberfest de Blumenau, que utilizou dados para dar uma guinada no evento, mudando inclusive o perfil do público, que gerou mais faturamento e movimentação para a festa e a região.

Confira alguns destaques da pesquisa:

– Redução na participação do público jovem (de 18 a 25 anos) de 42,8 % para 17,5%

– Solteiros representam metade do público (51%), à frente dos casados (37,7%)

– 41,2% tem renda média mensal de 2 a 4 Salários Mínimos (SM) e 32,2% entre 4 e 10

– 55,2% dos turistas são do próprio estado, seguido por Paraná (17,8%) e Rio Grande do Sul (9,4%)

– 54,2% vieram com veículos próprios. A parcela de passageiros de ônibus regulares cresceu mais de 40%

– Variação do faturamento foi de 1,3% em relação aos anos anteriores: Joaçaba (3,2%) e Herval d’Oeste (-4,2%)

Quanto e como os turistas gastaram:

R$ 345,00 em alimentação

R$ 251, 00 em lazer e alimentação

R$ 700,00 em hospedagem

R$ 112,00 em transporte

R$ 262,00 no comércio

R$ 1.198,00 em pacote turístico

No total, o gasto de um turista chegou a R$ 1.088

Em relação a última pesquisa, em 2018, houve uma redução no gasto do turista em 50%.

Em relação a participação dos turistas nos eventos de carnaval, houve um aumento de participação nos desfiles das escolas de samba, foram 61,5%. Nos anos anteriores a maioria vinha para participar do carnaval de blocos.

A avaliação do turista foi muito crítica em relação ao evento neste ano, embora tenham feito elogios aos desfiles das escolas de samba, houve frustração quanto ao Carnafolia, localização, shows, falta de público, e informações desencontradas. Outro ponto foi a frustração em relação a falta dos blocos tradicionais e a perceptível falta de apoio público ao evento.

Foram entrevistados 382 turistas, entre os dias 17 e 22 de fevereiro, e 224 empresários/gestores entre os dias 24 de fevereiro e 1º de março.

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