Queda do dólar provoca “efeito cascata” positivo na economia de SC no próximo semestre

Analistas estão otimistas sobre economia do Brasil, com aprovação do arcabouço fiscal e previsão de queda dos juros.

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(Foto: Iano Andrade/CNI)
(Foto: Iano Andrade/CNI)

A queda do dólar frente ao real — fechou a R$ 4,77 nesta semana, no menor valor em mais de um ano — e a valorização da bolsa de valores brasileira contribuíram para um otimismo sobre a economia do país, e consequentemente, de Santa Catarina. Especialistas avaliam que medidas como o arcabouço fiscal e a previsão de queda de juros devem aumentar as vendas de setores catarinenses e incentivar o crescimento das empresas no segundo semestre de 2023.

É consenso entre três economistas ouvidos pela reportagem que há redução das incertezas frente à nova gestão política e econômica do país, principalmente com a aprovação do arcabouço fiscal.

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"Aquele ambiente muito ruim do início do ano, se transformou num ambiente bem melhor agora. Muitos analistas, de maneira muito envergonhada agora, porque estavam prevendo que seria o caos, estão começando a alocar recursos no Brasil, comprando ações de empresas brasileiras", explica o economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Pablo Bittencourt.

A queda do dólar, ou seja, valorização da moeda brasileira, ajuda a conter a inflação. Ao ter inflação estável, há maior possibilidade de queda dos juros. "As empresas catarinenses importam bastante. Santa Catarina é um Estado bastante ligado ao resto do mundo. Inflação baixa ajuda no consumo, juros baixos e câmbio baixo ajudam na redução dos custos de importação, que são insumos de produção", explica Bittencourt.

Setores de destaque em SC

Dois setores da economia catarinense são citados como destaque neste ano: agropecuária e “máquinas, aparelhos e materiais elétricos”. "Neste primeiro trimestre nota-se que o setor agropecuário impulsionou o crescimento econômico no país e no Estado, tanto que as exportações catarinenses também surpreendem positivamente alcançando recordes", destaca o economista Alison Fiuza.

Já para Pablo Bittencourt, é possível se inspirar nas estratégias que a empresa líder do setor de “máquinas, aparelhos e materiais elétricos” em Santa Catarina tem adotado. "Eu destacaria a capacidade da Weg de transitar em diferentes mercados, com bom nível de exportações, e uma ampliação da capacidade produtiva, entrando em novas tecnologias, como em energia, que eles estão entrando agora", comenta.

Qual a previsão para o próximo semestre?

Há um conjunto de setores prejudicados pela alta da taxa Selic, como o têxtil e o de eletrodomésticos. As compras de produtos como máquinas de lavar roupa e fogões costumam ser feitas a prazo, o que não está sendo vantajoso agora por conta dos juros elevados.

A perspectiva de redução da Selic a partir de agosto combinado a outros fatores deve impulsionar a economia catarinense, como explica o economista da Fiesc:

— O início da trajetória de queda de juros, que deve começar a partir de agosto, deve ser combinada a um programa do governo para melhoramento das condições de endividamento das famílias. Muita gente que não teria acesso ao crédito, deverá passar a ter acesso, o que deve estimular as vendas desses setores.

Fonte:

NSC Total

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