SC decreta estado de emergência e vai investir R$ 40 milhões para combater crise na saúde

Documento valerá por 90 dias e dará celeridade às ações de contenção da alta demanda nas emergências dos hospitais do Estado.

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(Imagem Ilustrativa)
(Imagem Ilustrativa)

O governo de Santa Catarina decretou estado de emergência em saúde em razão do avanço de doenças respiratórias. Em coletiva de imprensa realizada no início da tarde desta sexta-feira (3), o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto detalhou os pontos abordados no documento.

O decreto valerá por 90 dias. O investimento para reverter a crise na saúde chegará a R$ 40 milhões.

O objetivo principal do Executivo é dar celeridade às ações de contenção da alta demanda nas emergências dos hospitais do Estado, bem como na abertura de novas UTIs.

Além do decreto de estado de emergência, serão publicadas duas portarias que tratam da dengue e de doenças respiratórias. Um segundo decreto aborda o processo simplificado de aquisição de recursos.

Situação da dengue

O superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, abriu a coletiva comentando sobre a infestação da dengue no Estado. Metade dos municípios catarinenses já registraram casos da doença.

Segundo ele, até o momento, já foram notificados mais de 100 mil casos de dengue. Dentre eles, 53 mil foram confirmados.

O dado é quase 200% maior do que o registrado no ano passado. Até o momento, 54 mortes por dengue foram contabilizadas este ano.

Para Macário, além do fortalecimento de medidas contra o Aedes aegypti, é fundamental que haja atenção primária aos pacientes.

“O paciente precisa ser acolhido. Passar pelo menos 24 a 28 horas em acompanhamento na unidade de saúde, com exames iniciais como o hemograma. Nós precisamos qualificar e dar vazão a todas as pessoas que estão procurando o sistema de saúde com sintomas de dengue. Com isso, podemos evitar óbitos”, disse.

Covid-19

Quanto à Covid-19, o governo de SC informou que as diferentes variantes aumentaram a capacidade de transmissão da doença. A vacinação, por outro lado, tem evitado o aumento do número de óbitos e internações.

Macário acrescentou que tem sido exigido dos municípios um incentivo maior à vacinação para que se complete o esquema vacinal e as doses de reforço já disponíveis.

O Estado tem em média 14 mil casos ativos da doença, com registro de três mortes por dia, sendo quase a totalidade de pessoas que não completaram o esquema vacinal ou não tomaram a dose de reforço.

O governo do Estado ainda aguarda o aval do governo federal para aplicar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 em pessoas acima de 50 anos.

Mácario disse ainda que o elevado número de casos de influenza nas últimas semanas tem ocorrido porque as pessoas não têm se engajado nas medidas de proteção contra o vírus. A campanha de vacinação contra a gripe foi, inclusive, prorrogada por mais um mês.

Detalhes do decreto

O decreto de estado de emergência trará investimentos à Vigilância Epidemiológica dos municípios para prevenção da dengue e demais doenças e ampliará leitos de UTI pediátrica e neonatal em unidades de saúde da rede estadual e parceiras.

O Estado também irá adquirir equipamentos de saúde de forma emergencial ou por meio de locação.

Através de um cofinanciamento, 60 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de cidades catarinenses irão expandir o quadro de funcionários.

O Estado ampliará ainda a contratação de agentes de enfrentamento à dengue e estratégias de combate ao mosquito. Recursos também serão destinados à ampliação da vacinação, atenção básica e estratégia hospitalar.

Serão abertos em Santa Catarina, 77 leitos de UTI em até 30 dias. Nos próximos 10 dias, a previsão é de que sejam abertos 25 leitos de UTI neonatais, pediátricos e intermediários.

Fonte:

ND +

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