Um ano sem Andressa - Cartas de amigos

Nesta sexta-feira, dia 17 de junho, o desaparecimento da menina Andressa Holz completa um ano.

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Nesta sexta-feira, dia 17 de junho, o desaparecimento da menina Andressa Holz completa um ano. O fato aconteceu na cidade de Luzerna. Ela foi encontrada morta, sob uma árvore, três meses depois

Ainda sem respostas para o crime, que se tornou um dos maiores mistérios para a polícia da região, familiares, amigos e vizinhos da menina, tem apenas nas lembranças um pequeno consolo. Nesta quinta, publicamos cartas escritas por colegas da mesma escola de Andressa. Elas expressam os sentimentos de amigos da mesma faixa etária, que conviveram com a menina frágil que foi violentamente retirada do convívio de todos. Abaixo uma pequene descrição do trabalho e as cartas. Já faz um ano que ela se foi. O tempo passa rapidamente, mas ao contrário do que a maioria pensa, não foram apagadas da memória as lembranças do desaparecimento e morte de Andressa. E o que mais impressiona não são as lembranças do ocorrido, mas de como e quando elas veem a tona. E foi assim, que quando solicitados a escreverem um texto, uma produção coletiva (crônica), sobre um fato que tenha marcado suas vidas ou a vida daqueles que lhes são próximos, ficamos emocionados com os textos redigidos por alunos de 7ª série, amigos e colegas de Andressa. Prof. Luciana P. Canale Lembro de você... Quando voltava para casa, após ter participado da aula de catequese, desapareceu. Ao recebermos a notícia estremecemos. Andressa havia desaparecido. Era uma menina inteligente de aspecto simples e frágil. Dois a quatro dias após o desaparecimento, algumas meninas, colegas, nosso grupo de amigas, achavam que era seqüestro. Quem a teria levado e por quê? Sem suspeitas para esse crime, as autoridades locais buscam ajuda nos municípios vizinhos. E, no dia primeiro de outubro, três meses passados do desaparecimento, ela foi encontrada, morta. Seu corpo estava num buraco, junto a uma árvore, aparentemente um buraco de tatu. Sua bicicleta se encontrava a uns 30 metros de distância. E pensar que nossa amiga ainda poderia estar conosco... Após quase um ano nada foi esclarecido. Para nós esse caso jamais será arquivado. Glauciane Fraron Port – 7ª série -(12 anos) Saudades de você Ela acabou indo embora tão cedo, tão jovem ... Nasceu no dia 26 de abril de 1998, ela morava no interior da cidade de Luzerna, na linha leãozinho. Era uma garota normal como todas as outras. Muito tímida e quieta não tinha muitas amizades. Adorava andar de bicicleta, assistir programas de TV, escutar músicas de bandas e assistir aos jogos do seu time do coração, o Grêmio. Todas as quintas-feiras ela saia de bicicleta para ir à catequese, tinha que percorrer dois quilômetros e meio, parte de estrada de terra, para chegar ao destino. Em um dia comum, saiu de casa e não voltou mais. Foi raptada. Seus pais, familiares, conhecidos e colegas, entraram em desespero procurando pistas e respostas para seu sumiço. Depois de três meses, e muitas buscas, seu corpo foi encontrado próximo a sua bicicleta. Estava enterrada em um buraco, no tronco de uma árvore. Como explicar nos corações humanos tamanha maldade. Onde está o culpado? Onde estão as respostas?A solução?A explicação para esse assassinato? Ninguém responde... Hoje só nos resta saudade, o carinho dos que ficaram por aquela que tão cedo se foi. Produção coletiva – 7ª série- Aline Schmitz (13 anos), Jucemara Lochstein (14 anos), Tália Pelentir (13 anos), Janaine Doré (12 anos). Onde está o culpado? Em junho do ano passado, 2010, um fato muito incomum aconteceu na cidade onde moro. Com cerca de 5000 mil habitantes, a pacata Luzerna, interior de Santa Catarina chocou-se com um acontecimento muito triste e misterioso. Andressa, uma menina de apenas 12 anos, que passou a primeira eucaristia comigo apenas alguns meses antes, e que estudava na mesma escola que eu, simplesmente sumiu. Ela havia comparecido à aula de catequese. Ao retornar para casa, que ficava a uns 4km de distância, no interior do município, na comunidade de Linha Leãozinho, foi vista por moradores da localidade a aproximadamente 2km de casa. Daí por diante, nada mais se sabia. Seus pais deram por falta dela, por volta das 18 horas, horário em que normalmente já estaria em casa. Muitas buscas foram feitas. Também muitas orações, mas nada de concreto se descobriu. O desespero era geral: família, amigos, vizinhos e de todo povo da região, pois a notícia se espalhou pelo estado todo. Muitas fofocas também, com relação a suspeitos. Passaram-se 3 meses, até que o pai da menina, juntamente com vizinhos saíram para mais uma busca, e encontraram as primeiras pistas. Primeiro a bicicleta. Logo adiante, vestígios de alguém enterrado em uma toca, entre as raízes de uma árvore. Exatamente num local onde, logo após o sumiço, buscas foram feitas, até com cães farejadores. E nada foi encontrado. Muito material foi recolhido e muitos exames foram feitos. Nada foi revelado. Hoje junho de 2011, nada mudou, nada se esclareceu. Só uma coisa é certa: Andressa morreu, a família padece e o culpado não aparece. Arthur Tonin Lockstein – 7ª série – 12 anos Nem todo final é feliz Doze anos, menina tímida e inocente. Morava no interior de Luzerna, na Linha Leãozinho, com seus pais e irmão. Numa tarde quinta-feira pegou seus materiais da catequese, sua bicicleta, disse tchau a seus familiares e foi. Por volta das 3h da tarde chegou à catequese, com a professora Eliane Bender e seus colegas. Quando acabou disse tchau a todos e rumou para casa. Passou pelo posto de gasolina para calibrar os pneus, e seguiu. Mas a uns 500 metros de casa desapareceu misteriosamente, sem pistas, sem ninguém ver. Por volta das 16: 30 hs. seus pais, percebendo que ela ainda não havia chegado ficaram preocupados. Procuraram, procuraram, mas não acharam. Na manhã seguinte recebemos a notícia que nossa colega sumiu. Ficamos muito tristes e preocupados. Na rádio e TV local a triste notícia era divulgada. Três meses depois, a família ainda na tinha notícia e seu pai e um vizinho foram procurar. E aí veio a surpresa. Primeiro acharam a bicicleta e depois o corpo de Andressa em uma toca, um buraco junto ao tronco de uma árvore. Ficaram apavorados. Foram correndo ligar para a polícia. Em menos de 10 minutos lá estavam e a levaram para fazer o teste de corpo de delito. Foi comprovado. Era ela. Seus familiares ficaram tristes e abismados com a crueldade das pessoas que fizeram isso. Nem acreditaram que sua filha estava morta. Dias depois fizeram o enterro. Em cima do caixão, uma bandeira do grêmio, seu time do coração. Foi uma bela homenagem à Andressa. Seus pais ficaram comovidos. Depois disso, o enterro e mais homenagens, flores, rosas... Então começou a chover. Todos foram para casa, com um enorme aperto no coração e até hoje, mais de um ano depois, ainda investigam o crime. Será que essa história terá fim? Ou será mais um caso arquivado? Produção coletiva – 7ª série – Lais Corso (13 anos), Sidnei Hack (14 anos), Larissa Colusso (12 anos), Jeniffer Souza (13 anos), Guilherme Schumacher (12 anos).

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