Um dia para não esquecer! Profissionais do Hust que atuam na luta contra o Covid recebem a primeira dose da vacina

É mais do que justo serem os primeiros, pois pude ver de perto a dedicação, luta e humanidade de cada um deles.

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Esta terça-feira, 19, começou com uma sensação de esperança no ar, tudo por conta da chegada das tão esperadas primeiras vacinas contra a Covid-19. Essa esperança transbordou em alegria e lágrimas nos olhos dos primeiros imunizados no Hospital Universitário Santa Terezinha. Médicos, enfermeiras e enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais que há quase um ano vivem de perto as dores, angústias, chegadas e partidas, alegres de quem se cura e tristes de quem se foi.

A vacina é um sopro de que a normalidade poderá em tempo voltar as nossas vidas e para estes profissionais, isso é algo ainda mais esperado, por que eles convivem com o medo de contrair a Covid e com as longas e intermináveis horas de plantões as quais tiveram que passar para cuidar e salvar vidas.

Me aproximo tanto em emoção deste momento por que posso dar um depoimento de quem viveu não só como quem conta a história, mas quem sentiu o drama do Covid. Por 12 dias, no final de 2020, fui paciente na Ala Covid do Hust. Vi e senti de perto os medos, angústias e dores que a doença causa. Presenciei a dedicação, cuidado, zelo, profissionalismo e humanidade de cada profissional, desde as meninas da limpeza e da copa, que muitas vezes traziam alegria para todos nós pacientes, até o cuidado das enfermeiras (os), técnicas (os), médicos (as). Para estes profissionais, todos nós somos iguais, tratados da mesma forma, com o respeito e compreensão necessários para quem encara uma doença que é prenúncio de morte.

Mas, existe Vida! Existe uma tela bonita a ser pintada deste retrato. É justamente a gratidão de quem se cura a cada um destes profissionais. E ver hoje eles recebendo a vacina é saber que trata-se de uma escolha mais do que justa.

O Dr. João Rogério Nunes foi o primeiro a receber a vacina
O Dr. João Rogério Nunes foi o primeiro a receber a vacina

O Dr. João Rogério Nunes, que coordena a Ala Covid, foi o primeiro a receber a vacina. Ele descreveu o momento como de emoção. "Depois de um ano aqui dentro a sensação é de alívio, esperança e muita alegria. Que todo mundo possa ser vacinado neste ano e que esse pesadelo possa acabar".

A enfermeira Herica Aparecida Bressan, que trabalha na Ala Covid, não conseguiu conter as lágrimas ao ser vacinada. Não eram de dor, mas de emoção. "Muita emoção, muita gratidão por esse dia chegar depois de tanta luta. Depois do que a gente passou estamos vendo a esperança de que tudo fique melhor. Vivemos muita tristeza, muito sofrimento, trabalho, luta e agora é uma esperança de que vamos conseguir passar tudo isso. Agora é trabalhar muito mais aliviada e feliz". Descreveu.

A enfermeira Herica recebeu a primeira dose e se emocionou.
A enfermeira Herica recebeu a primeira dose e se emocionou.

O depoimento dos profissionais descreve bem as sensações que passaram até aqui e a esperança de dias melhores. São pessoas que estão na linha de frente, que conhecem o pior da doença e para quem a vacina é sim o início de um novo tempo.

"Que as pessoas se vacinem, que o negacionismo não vença! É a chance que temos de voltar a uma vida normal, de preservar as pessoas mais idosas, aqueles que tem alguma comorbidade e que pode se tornar muito grave com esta doença. É nossa esperança que a vacina funcione e que toda a população possa ser vacinada. Que todos continuem se cuidando, sem esquecer da máscara para preservar os idosos que estão em suas casas e aqueles que tem a saúde mais fraca neste momento". Comenta o Dr João.

Para nós, que passamos pela doença, ou que perdemos alguém próximo ou que amávamos a vacina é sim uma esperança de dias melhores. Infelizmente muitos não estão mais aqui para comemorar, mas o momento é de não perdermos mais, de nos agarramos a todas as chances que tivermos e de gratidão a quem se doa para salvar vidas!

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