Celesc explica aumento nas contas de luz

Em alguns casos específicos houve erro no processamento das contas.

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A companhia de distribuição de energia elétrica de Santa Catarina, a Celesc, recebeu centenas de reclamações de clientes em relação às contas de luz de janeiro deste ano. A empresa diz que todos os casos apresentados foram avaliados e que a grande maioria das dúvidas eram referentes a equívocos na interpretação da fatura.

Em alguns casos específicos houve erro no processamento das contas. A Celesc afirma que, mesmo com o grande número de chamados e dúvidas, o percentual de falhas foi menor que 0,07% dos casos, dentre as três milhões unidades consumidoras atendidas.

Uma página foi criada para explicar ao consumidor o aumento da fatura no verão. 

Caso as dúvidas persistam ou uma inconsistência for constatada, os canais de atendimento da Celesc são o telefone 0800 480120 e o chat online.

Confira abaixo as respostas da Celesc para o aumento do valor nas contas de luz:

Houve aumento na tarifa cobrada pela Celesc em janeiro de 2019?

O último aumento na tarifa de energia cobrada pela Celesc foi em agosto de 2018, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu o reajuste médio de 13,86% nas contas de luz. 

O site da Celesc disponibiliza uma página com todas as possibilidades de tarifas. Já a Aneel explica a que cada tarifa paga pelo consumidor é destinada.

A Celesc informa que não houve reajuste de tarifa, mas o valor do kWh tem aumentado nos últimos meses. Como isso é possível?

A variação no preço do kWh ocorre porque há incidência de impostos sobre o valor fixo da tarifa de energia (que é determinado pela Aneel). Alguns deles, como PIS e Cofins, variam a cada mês. Já o cálculo do ICMS é realizado por faixa de consumo: até 150kWh, o tributo é de 12%. Passando dessa faixa, a alíquota passa para 25%, impactando diretamente no preço final. 

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um tributo estadual e varia conforme a classe de consumo:

Baixa Renda – isento

Residencial – até 150kWh de consumo a alíquota é de 12%. Para o volume consumido acima dessa faixa, a alíquota passa para 25%.

Rural – até 500kWh de consumo, a alíquota é de 12%. Para o volume consumido acima dessa faixa, a alíquota passa para 25%.

Demais classes (industrial, serviços, iluminação pública, comercial e outros): alíquota única de 25%.

A Celesc ressalta que não existe diferenciação nos valores de tarifas, somente a aplicação de alíquota de ICMS. A empresa não é responsável pelo cálculo desses tributos, apenas arrecada e repassa aos órgãos municipais, estaduais e federais.

PIS e Cofins são tributos que variam mensalmente conforme a receita e a despesa da Celesc dos dois meses anteriores, podendo chegar no máximo a 9,25%. A metodologia de cálculo é determinada por norma estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Em janeiro de 2019, o PIS cobrado na fatura da Celesc foi de 1,52%, e o Cofins 6,99%. 

Se a tarifa de energia não aumentou, o que pode ter causado a elevação nos valores cobrados na conta de luz?

Muitos fatores podem provocar alta da conta de luz e cada caso pode ser devidamente avaliado pela Celesc. Mas, no verão, utilizamos mais energia elétrica para poder manter condições de resfriamento de produtos alimentícios e conforto no ambiente.

Em dezembro de 2018 e janeiro de 2019, as temperaturas se mantiveram elevadas acima do padrão, o que exigiu ainda mais dos equipamentos elétricos, mesmo os que são utilizados na mesma condição e frequência de outros meses do ano. Esse é o motivo pelo qual a Celesc tem afirmado que grande parte do aumento das faturas se deve ao maior consumo.

A Celesc produziu vídeos com dicas para economizar com o uso de ar-condicionado e geladeira, dois dos eletrodomésticos que mais contribuem para a alta do consumo: 

Se o ar-condicionado é apontado como o grande vilão do consumo, como explicar o aumento na conta de quem nem tem esse equipamento em casa?

No verão os equipamentos precisam trabalhar ainda mais para oferecer o mesmo resultado. É por isso que todos os aparelhos, não só o ar-condicionado, consomem mais energia elétrica para funcionar adequadamente.

O uso do ventilador continuamente também eleva o valor da conta. Por exemplo: um ventilador de teto de 150 W, ligado 8 horas por dia, terá um custo de R$ 23,50 no fechamento da fatura. Se esse mesmo aparelho ficar ligado por 24 horas por dia, o custo vai para R$ 70,72.

Como justificar o aumento na conta de quem só tem um aparelho de ar-condicionado, mas fica o dia inteiro fora de casa e só liga durante a noite?

De acordo com a Celesc, um equipamento de 9 mil BTUs (comum em quarto, por exemplo) ligado 8h por noite durante 30 dias pode representar um acréscimo de aproximadamente R$ 125 na conta de luz no fim do mês (a conta deve ser multiplicada para quem tem mais equipamentos em casa).

Outro ponto essencial é a escolha da temperatura em que se vai ligar o ar-condicionado, pois o maior consumo está diretamente associado à compensação do calor de fora do ambiente. Quanto maior a temperatura externa, maior será o consumo do motor para garantir o clima ideal dentro de casa. A temperatura sugerida por especialistas para se ter conforto térmico é entre 23° e 24°. Quando programada para atingir 16° ou 17°, a máquina exige muito mais energia elétrica.

O que explica o aumento na conta de uma família que passou alguns dias ou semanas fora de casa, sem consumir energia ou ligar equipamentos extras?

A Celesc recomenda que o consumidor confira atentamente o período da medição e a data de leitura que vem indicado na fatura, para avaliar se a cobrança realmente corresponde ao tempo em que esteve ausente. Como a conta vem relativa ao mês anterior e com vencimento para frente, é possível que haja descompasso.

Outro item importante é o gráfico com o histórico de consumo, que aparece em formato de quadradinhos e traz a evolução do consumo em kWh nos últimos 13 meses. Permite verificar, por exemplo, se no verão anterior o consumo foi semelhante ao que está ocorrendo.

Além disso, a distribuidora alerta para equipamentos como geladeira e freezer, que, se ligados na tomada, mantém o nível de consumo. Com a casa fechada em dias de calor, os motores desses aparelhos trabalham ainda mais para compensar a temperatura.

Por que a Celesc afirma que não há irregularidades, sendo que tantos consumidores apontam problemas em suas contas de luz?

Em alguns casos específicos, a Celesc admite erros no processamento das contas. No entanto, mesmo com o grande número de chamados e dúvidas, o percentual identificado de falhas segue o mesmo padrão dos demais meses (sendo menos de 0,07% dos casos dentre os 3 milhões unidades consumidoras atendidas pela empresa).

A quais informações deve-se prestar atenção para saber se houve algum erro na fatura de energia?

A conta de luz informa todos os detalhes de relativos ao consumo e às cobranças feitas ao cliente. Entre os itens que devem ser conferidos estão as datas de leitura (última, atual e próxima programada), o gráfico com histórico de consumo, a especificação das faixas de consumo (a primeira vai até 150 kWh), além de aviso de corte (quando há pagamento em aberto).

O que é a COSIP e por que esta cobrança tem aumentado?

A COSIP (Contribuição para o custeio dos Serviços de Iluminação Pública) é definida por lei municipal e o valor cobrado na fatura pode estar associado ao volume de consumo de cada unidade consumidora. Assim, quando o consumo é maior, a faixa de cobrança muda e a COSIP aumenta proporcionalmente. A Celesc reforça que não define a forma de cálculo deste item, sendo que apenas arrecada e repassa os valores para as Prefeituras ou órgãos municipais competentes.

Desconfio que a leitura foi conferida de forma errada. Como proceder?

Anote o número que está registrado no medidor de energia e compare com o da leitura publicado em sua fatura. Se houver discordância, a Celesc disponibiliza canais de atendimento no telefone 0800 48 01 20 ou no chat online

A fatura aumentou porque a Celesc está entregando uma tensão menor que 220V nas casas dos consumidores. É verdade?

A Celesc diz que segue a determinação da Aneel. Para a baixa tensão, a Aneel determina que não pode ser menor que 202V e nem maior que 231V. 

A empresa ressalta, ainda, que tensões elétricas abaixo do valor adequado não provocam aumento no consumo. Entretanto, podem provocar mau funcionamento nos equipamentos. 

Existe algum teste para verificar se o medidor está funcionando corretamente?

Sim. Identifique, primeiramente, o tipo de medidor que há em sua residência:

Medidor Analógico ou Eletromecânico (ponteiros):

Desligue todos os aparelhos das tomadas, apague as luzes e após 15 minutos, verifique se o disco do medidor continua girando. Se este continuar girando e der uma volta em menos de 15 minutos, existe "fuga" de energia elétrica. Tal "fuga" pode ser originada por um defeito na instalação elétrica ou problema no medidor. Assim, para identificar a origem da "fuga", desligue o disjuntor e verifique:

- se o disco do medidor parar de girar, o defeito encontra-se na instalação interna. Recomenda-se consultar um eletricista particular.

- se o disco do medidor continuar girando, o defeito poderá ser no medidor. Entre em contato com a Celesc e solicite uma verificação no medidor.

Medidor Eletrônico (digital):

Desligue o disjuntor e aguarde 15 minutos. Se a luz do medidor continuar piscando, é sinal de que já alguma anormalidade que precisa ser verificada pela concessionária. A forma de piscar indica o consumo gasto. Por exemplo: se o chuveiro estiver ligado, a luz piscará constantemente e, se uma lâmpada estiver ligada, piscará vagarosamente.

Continuo com dúvidas após efetuar os testes no medidor. O que fazer?

Você pode solicitar à Celesc uma visita para a realização dos testes. 


Fonte:

Com informações de Diário Catarinense

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