Entenda o vazamento que pode ter provocado morte de jovens em Balneário Camboriú

Principal linha de investigação aponta intoxicação e asfixia por monóxido de carbono.

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Foto: Reprodução
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Um vídeo revela o vazamento que pode ter provocado a morte de quatro jovens em Balneário Camboriú nesta segunda-feira (1º). Conforme o delegado Bruno Effori, as imagens mostram uma ruptura na conexão do cano de escape com o motor. Com isso, em vez de o monóxido de carbono sair pela traseira da BMW, grande parte ficava no capô e o ar-condicionado ligado o jogava para dentro do carro.

"O cano de escape sai do motor, corre por debaixo do carro no assoalho e sai na traseira. Nesse caso, a conexão do carro com o motor está rompido por meio centímetro", explica o investigador.

A família de uma das vítimas, dona do carro, contou à polícia que o veículo tinha passado por customização no sistema de escapamento, na parte externa. A modificação era para aumentar o ronco do motor. Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de risco, diz que qualquer falha na integridade desse sistema de exaustão de gases pode ser fatal por causa do risco de intoxicação.

"É um gás letal, sem cheiro, sem cor e difícil de ser detectado. Causa sensação de relaxamento (sonolência) e vermelhidão na pele", pontua o especialista.

Pele roxa, enjoo e tontura são alguns dos sintomas que a amiga sobrevivente contou ter percebido em Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, 21, Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nicolas Oliveira Kovaleski, 16. O grupo teria então decidido ficar dentro do carro, com o ar-condicionado ligado, para esperar o mal-estar passar.

Quando o Samu chegou para prestar socorro, os quatro estavam em parada cardiorrespiratória. Populares ajudaram a tirar as vítimas do carro, que estava parado no estacionamento da rodoviária de Balneário Camboriú. Um vídeo mostra a força-tarefa das equipes de resgate para tentar salvá-los, mas eles e morreram antes mesmo de serem levados ao hospital.

"A melhor maneira de prevenir é, primeiramente, garantir a integridade de todo o sistema de exaustão de gases do automóvel. Também, não ficar dentro do veículo com ele ligado por muito tempo, pois existe a chance de por alguma inconveniência da corrente de ar acabar recebendo uma quantidade de monóxido de carbono", ressalta Portela.

A investigação

A Polícia Civil acredita em morte acidental por intoxicação e asfixia por monóxido de carbono. Além da perícia no carro, também foi feita coleta de sangue e urina das vítimas. Os corpos foram liberados pouco antes das 23h desta segunda-feira (1º) e serão levados para Paracatu, em Minas Gerais, onde serão sepultados. O grupo tinha vindo morar em Florianópolis há cerca de um mês.

Fonte:

NSC

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